Na terça (26/11), membros do comitê se levantaram de uma mesa de negociações convocada pelo governo após rechaçarem a presença na reunião de empresários e outros setores que não estavam nos protestos
O Comitê Nacional de Greve na Colômbia, formado pelas lideranças dos principais movimentos populares que encabeçam as manifestações, apresentou nesta quinta (28/11) ao presidente Iván Duque uma lista de condições para a instalação de uma nova mesa de diálogo a fim de discutir as demandas sociais que mobilizam milhares de pessoas desde o último dia 21 de novembro.
O grupo, que reúne sindicatos, estudantes, indígenas e comunidades afrodescendentes, enviou uma carta aberta ao governo em que propõe um “diálogo inclusivo, democrático e eficaz” e convocou uma nova “grande jornada de mobilização” no dia 4 de dezembro.
Nesta semana, Duque havia convocado uma “mesa nacional de diálogo”, que fracassou. Na terça-feira (26/11), os membros do comitê se levantaram da mesa de negociações do governo após rechaçarem a presença de empresários e outros setores que não estiveram presentes nos protestos na reunião. A CUT (Central Unificada dos Trabalhadores) chamou o encontro de “monólogo nacional”.
De acordo com o texto, as condições para participar da nova mesa de diálogo são:
- a montagem de uma mesa plural e diversa, com representantes de todas as organizações que participam da articulação do comitê;
- a inclusão de cinco temas centrais:
– a análise das petições do comitê sobre a política econômica e social do governo e o cumprimento de acordos com movimentos estudantil, camponês, sindical e outros setores;
– implementação integral do Acordo de Paz com a antiga guerrilha FARC e o estudo de possibilidades para um diálogo com o ELN;
– a discussão sobre política de segurança, direitos humanos e assassinato de líderes sociais;
– reforma política e eleitoral e medidas anticorrupção;
– medidas para garantir os direitos da natureza e a proteção do meio ambiente. - a garantia do direito ao protesto, a desmilitarização das cidades e o fim da violência de forças públicas contra os manifestantes, em especial a praticada pelo esquadrão antidistúrbios.
“A cidadania expressou de forma multitudinária e civilizada as exigências de uma mudança que permita contra-atacar a desigualdade social, assegurar o respeito a seus direitos e consolidar a paz”, diz, no texto, o comitê.