Mais de mil representantes de partidos políticos e movimentos populares de cerca de 80 países estão reunidos na capital cubana para debater os desafios da esquerda da América Latina contra imperialismo e neoliberalismo
Durante as reuniões deste sábado, a secretária-executiva do Foro de São Paulo, Monica Valente, fez um chamado à união das forças nacionais e regionais para enfrentar o inimigo comum – que, nas palavras dela, é o neoliberalismo.
Por sua vez, o presidente da Assembleia Internacional dos Povos, Manuel Bertoldi, lembrou da importância e da necessidade de se montar blocos populares nacionais, assim como programas políticos construídos pelos povos da região.
Já o intelectual cubano Abel Prieto pediu que a esquerda dê atenção à “guerra cultural” que se está vivendo. Ele assinalou o fenômeno que chamou de “gestação do pobre de direita”. “Uma criatura que vota contra si mesma, contra sua família, contra o destino dos seus filhos. Na hora de definir-se politicamente, define-se por seus opressores”, afirmou.
Prieto pediu um outro “modelo de comunicação”, com “democratização real”. “Fazer um arranhão na pedra, para conseguir que a verdade encontre um espaço através da cultura de resistência”, disse.
Ainda sobre o mesmo tema, o equatoriano Amauri Chamorro afirmou que “crises políticas não se resolvem com hashtags”. “Nada pode substituir o porta-a-porta. Se fosse assim, Cuba, Venezuela ou Nicarágua não teriam sobrevivido à ofensiva que viveram”, disse. “Temos que ser menos chatos como esquerda. Inovar, ser vanguarda. Não modernizamos nosso discurso para disputar esse público que tem menos de 40 anos.”