Chamada a todos os povos e pessoas honestas e íntegras
1.- A OTAN
2.- O imperialismo ataca e destrói os povos árabes
3.- A importância da região árabe: importância demográfica, econômica e estratégica
4.- A dominação das oligarquias petroleiras e a reação árabe
5.- Iraque, vítima da erosão da solidariedade
6.- A Liga de Estados Árabes
7.- Os canais pró-imperialistas Al Jazeera e Al Arabiya
8,- A independência e a unidade dos povos árabes serve à paz mundial e a todos os povos
A necessidade de cooperação Sul-Sul e a convergência e a união dos três continentes África, Ásia, América Central e Sul.
1.- A OTAN
Os países europeus e norte-americanos uniram-se na OTAN, a única aliança militar a escala mundial. A OTAN é uma organização agressiva e destrutiva que impede que se estabeleça a paz mundial. A OTAN não tem razão de ser e não há escusa para nenhuma aliança militar.
2.- O imperialismo ataca e destrói os países árabes
A região árabe está vivendo um dos períodos mais difíceis de sua longa história. Nos últimos anos temos visto como destroem totalmente um país árabe trás outro. Depois da destruição do Iraque, os EEUU?OTAN atacaram a Líbia. Atualmente estão em curso as operações de destruição contra Síria e Mali.
Depois de longa resistência em Sudão contra a fragmentação em pequenos Estados – seguindo o modelo iugoslavo – os imperialistas finalmente conseguiram a divisão do país.
No Iraque, o povo iraquí tinha alcançado um alto nível de vida. Os serviços sociais, médicos e educativos tinham um alto nível. A guerra de EE.UU./OTAN durou desde 1991 até a retirada do exército estadunidense em 2001. O exército invasor retirou-se das zonas habitadas urbanas e rurais, porque a resistência contra os agressores era muito forte. As tropas estadunidenses remanentes estão retiradas em bastiões fortemente armados no deserto iraquí, como se fossem prisioneiros próprios. As forças de ocupação de EE.UU. seguem hoje estacionadas no Iraque em contravenção de todas as normas do Direito Internacional.
O imperialismo somente atacou Iraque e, mais tarde, Líbia, quando teve certeza que nenhum país apoiaria os países agredidos. Os agressores foram capazes de estabelecer suas posições de ataque em territórios de Arábia Saudita e Qatar.
Isto nos leva a nos perguntar: Como conseguiu o imperialismo impor estas invasões? E isso, sendo os países árabes os primeiros em conseguir se liberar do colonialismo europeu.
3.- A importância da região árabe:
Importância geográfica, econômica e estratégica
O mundo árabe se estende sobre uma grande área do mundo e forma um bloco linguístico-cultural no continente afro-asiático.
A riqueza da região árabe não só radica em grandes jazidas de matérias primas essenciais, sendo o petróleo só uma delas, mas também na diversidade da produção e do consumo em geral.
A região árabe conta com umas condições estratégicas ótimas a escala mundial. Situada no centro de mundo, está diretamente conectada com os três continentes de África, Ásia e Europa. Seu litoral está banhado pelos mares e oceanos do mundo.
Mas quem se beneficia de todos estes fatores e das riquezas do mundo árabe?
4.- A dominação das oligarquias petroleiras e a reação árabe
A península arábiga é parte do mundo árabe, contida entre o Mar Vermelho e o Golfo Pérsico. Uma pequena elite se enriquece com as riquezas e as potencialidades desta região, enquanto as massas ficam de mãos vazias. Sete famílias se apropriaram dos recursos. Consideram a península arábiga como sua propriedade privada e se repartem entre elas as riquezas da região. Estas famílias governantes, representadas por um rei ou emir, não se baseiam na vontade popular.
Na realidade, são forças débeis que estão em declive. Governam sem legitimação democrática alguma. Ascenderam ao poder graças aos canhões e fuzis do imperialismo, que os apoia permanentemente. As tropas imperialistas intervêm regularmente para proteger as oligarquias dominantes. Cada vez que o povo da península arábiga se rebela, é brutalmente esmagado pelos exércitos fantoches e as tropas imperialistas. A Revolução não conseguiu impor nem assegurar nenhuma vitória duradoura. Os regimes corruptos seguem governando com a mesma violência massiva que faz cem anos.
4.1.- política da violência, a repressão e as detenções
As oligarquias encarceram os jovens rebeldes em prisões e campos onde muitos morrem antes de serem liberados. Como exemplo podemos mencionar Bahrein, que bateu o recorde estatístico em escala global: tem o maior número de prisioneiros políticos em relação à população total.
Na Arábia Saudita jogam os opositores desde um avião ao “quarto vazio”: um planalto desabitado e hostil no deserto de Rub al-Jali, na parte central da península arábiga, onde é impossível a supervivência.
4.2.- As oligarquias petroleiras
Trata-se de uma pequena minoria de xeiques que se apoiam em sua base tribal e legam seu domínio a seus descendentes. Carecem de legitimação democrática e estão em pé de guerra contra o povo, ao que tentam apaziguar com presentes e algumas concessões.
As oligarquias sustentam-se graças às bases militares que mantem os imperialistas na região e recebem deste armamento, apoio logístico e propagandístico. Os EEUU e os estados imperialistas veem nas oligarquias árabes seu verdadeiro fiador para seguir dominando os recursos árabes.
As oligarquias árabes ascenderam ao poder durante o colonialismo tardio [s primeira metade do século XX]. As insurreições contra a dominação imperialista e as sublevações contra as oligarquias sucederam-se. Houve extermínios e matanças em massa, por exemplo em Omã, Dhofar e o Golfo Pérsico nos anos 70.
5.- Iraque – vítima da falta de solidariedade
O Estado do Iraque, rico em petróleo, foi capaz de se converter em uma alternativa às oligarquias petroleiras. Em 1958, em Bagdá, o povo derrocou a monarquia e à burguesia vendepátrias, representada por Nuri al-Said. Conseguiu-se eliminar a dominação direta e indireta do Reino Unido. Iraque abandonou o pacto de Bagdá e este deixou de existir.
Nacionalizou-se a produção do petróleo, cujos ingressos reverteram em benefício do povo. Iraque desenvolveu-se rapidamente e passou do feudalismo a ser um Estado moderno e progressista. Converteu-se assim em uma alternativa positiva às oligarquias petroleiras da península arábiga.
As oligarquias petroleiras, por sua parte, pactuaram com os EE.UU. e a OTAN para destruir o Iraque. Desde 1991 até 2011 a OTAN, liderada pelos EE.UU., lançou contra Iraque uma guerra de extermínio e uma política de terra arrasada. Os EE.UU. deixaram detrás de si um país em ruínas com 2 milhões de mortos.
Por desgraça, o movimento de solidariedade em América do Norte, Europa central e ocidental, fracassou na hora de impedir os crimes cometidos por seus Estados. Iraque não foi a última vítima dos EE.UU. e a OTAN.
O papel reacionário das oligarquias petroleiras, sustentadas pelo imperialismo, continua: como já fizeram com o Iraque, a aliança de imperialistas ocidentais e oligarquias árabes tenta seguir destruindo os países árabes progressistas. As vítimas atuais são Líbia, Síria e Mali. Se permanecemos passivos como movimento de solidariedade, o imperialismo continuará sua política agressiva e destrutiva contra os Estados progressistas na África, Ásia e os países árabes.
6.- A Liga de Estados Árabes
A criação da Liga Árabe foi uma obtenção dos povos árabes para fortalecer e construir a solidariedade árabe em benefício de África, Ásia, América do Sul e Central e de todos os povos.
Mas, como as oligarquias petroleiras também são membros da Liga Árabe, tentam descompor a liga desde o interior e fazê-la inoperante.
Seria um erro deduzir disso que haveria que prescindir totalmente da Liga Árabe. O certo é que há que impedir que as oligarquias petroleiras reacionárias continuem com seu papel destrutivo e que há de se pôr fim a seu domínio.
7.- Os canais pro-imperialistas Al Jazeera e Al Arabiya
Até o começo do novo milênio, a propaganda política se difundia principalmente pelos canais diretamente imperialistas como a BBC, CNN, Rádio França e a emissora alemã “Deutschlandfiuk”. Com Al Jazeera e Al Arabiya, a difusão da propaganda imperialista adquire uma nova dimensão, já que pretendem ser meios de “comunicação e difusão originais árabes”. O êxito destas agências pró-imperialistas foi inevitável. Conseguiram semear a manipulação e a confusão na opinião pública árabe. A função destas emissoras pró-imperialistas, como Al Jazeera e Al Arabiya, pode se observar particularmente quando a OTAN ataca e destrói países árabes: sugere às pessoas que isso ocorre para liberar esses países de supostos ditadores ou para instaurar democracia e direitos humanos. Tal é, por exemplo, sua cobertura sobre o Iraque, Líbia, ou inclusive Mali.
Os esquadrões da morte introduzidos na Síria e as guerras dos bandos terroristas se proclamam como “a oposição interna”. Ao mesmo tempo, as agências imperialistas difamam governos legítimos e progressistas, e reabilitam simultaneamente os regimes árabes reacionários.
Atualmente estamos vivendo uma situação excepcionalmente trágica nos países árabes. Ficou muito difícil distinguir entre a verdade e a mentira, a justiça e a injustiça, entre amigo e inimigo. As agências imperialistas trabalham a diário para destruir os ganhos dos países que alcançaram sua independência e soberania lutando abnegadamente.
O verdadeiro inimigo da população mundial é o imperialismo. Impede que os países do Sul alcancem a paz interna e externa. O objetivo do imperialismo é desestabilizar os sistemas sociais estáveis, como Iraque, Síria e Líbia, e que fiquem sumidos no caos.
A propaganda imperialista naturalmente também se difunde pelas emissoras ocidentais para impedir que as pessoas do hemisfério norte se solidarizem com a população árabe.
8.- A independência e a unidade dos povos árabes
servem à paz mundial e a todos os povos
Redundam em benefício do intercâmbio justo, a cooperação amigável e a amizade entre os povos.
Dirigimo-nos a todas as pessoas de boa vontade no norte, sul, leste e oeste deste nosso planeta: A meta primordial é reconstruir a solidariedade internacional anti-imperialista!
Todos estamos chamados a evitar que os estados agressores do hemisfério norte perpetrem seus crimes contra os povos do sul.
Chamamos à união contra o militarismo e o imperialismo!
Pela Amizade dos Povos!
Tradução: Ernesto Kramer