Alaa foi preso por atividades relacionadas a manifestações políticas desde 2013
[Este artigo foi originalmente publicado em inglês no dia 4 de março]
Autoridades egípcias adiaram por dez dias a libertação do importante blogueiro e ativista Alaa Abd El Fattah, segundo informou no Twitter Mona Seif, ativista de direitos humanos e irmã de Fattah.
Abd El Fattah seria libertado em 17 de março de 2019, data em que completaria cinco anos de prisão.
No final de fevereiro, a campanha Free Alaa publicou uma atualização no Facebook, anunciando que a libertação do blogueiro será no dia 27 de março, culpando pelo atraso a “burocracia usual” das instituições egípcias. A campanha garantiu aos apoiadores que o adiamento não é motivo de preocupação no momento:
Alaa foi preso e levado da casa de sua família em novembro de 2013. Mais de um ano depois, em fevereiro de 2015, ele foi julgado e sentenciado a cinco anos de prisão por “organizar” um protesto sob uma lei de 2013, que proíbe manifestações não autorizadas. Embora ele tenha participado de um protesto contra os julgamentos militares de civis em 26 de novembro do mesmo ano, Alaa não participou da sua organização. A sentença foi confirmada pelo Tribunal de Cassação do Egito em novembro de 2017.
Ele foi preso ou investigado por todos os chefes de Estado egípcios que serviram durante o curso de sua vida. Em 2006, foi preso por participar de um protesto pacífico. Em 2011, passou dois meses na prisão, e não conseguiu ver o nascimento de seu primeiro filho, Khaled. Em 2013, foi preso e detido por 115 dias sem julgamento.
Alaa, trabalha há muito tempo em projetos de tecnologia e ativismo político com sua esposa, Manal Hassan. Ele vem de uma família de proeminentes defensores de direitos humanos, incluindo Ahmed Seif El Islam, pai de Alaa e advogado de direitos humanos, que foi preso várias vezes sob o regime de Hosni Mubarak. As irmãs do ativista, Mona e Sanaa Seif, também são defensoras de direitos humanos e há muito tempo fazem campanha contra os julgamentos militares de civis no país. Em 2016, Sanaa cumpriu seis meses de prisão por insultar um funcionário público.
A data de libertação prevista para março não marca o fim da condenação de Alaa, mas a transição para a fase final de sua sentença. Após sua libertação, Alaa será obrigado a passar todas as noites na delegacia local por mais cinco anos.