Por RBA, Rede Brasil Atual
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) cria série online para contar a trajetória de vida das militantes e trabalhadoras que atuam na luta por habitação urbana.
Como é que pessoas de diferentes lugares, formações e construções sociais, conseguem se organizar e de forma coletiva lutar pelo direito à moradia? A série criada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) pode responder parte dessas questões ao trazer, na voz das mulheres que atuam nas diversas ocupações do movimento, suas trajetórias marcadas por reivindicações sociais e pela resistência.
Integrante do MTST há 10 anos, Maria Angélica Fernandes Rocha abre a série de vídeos contando sobre uma vida entrelaçada por ensinamentos evangélicos e por luta antiga por moradia digna, comum a tantos brasileiros. Desde que chegou na ocupação, a militante explica que para além dos exemplos de coletividade e solidariedade que aprendeu, passou também a compreender e reivindicar seus direitos sociais.
“A gente tem de aprender a falar, a caminhar com nossos passos, mostrar ao Brasil, ao mundo, que nossa voz vai muito além do que a gente pensa”, finaliza Maria Angélica.
Divulgada neste domingo (3), o seriado “Nós por elas”, procura, ao destacar o protagonismo das mulheres, majoritárias nas ocupações do MTST, “combater a invisibilidade dessas pessoas ouvindo suas histórias”, como explica o assessor de comunicação do movimento, Leon Cunha.
“São pessoas que lutaram a vida inteira por uma moradia, individualmente, e não houve políticas públicas para atendê-las. Então, é dessa relação coletiva que se constrói as relações que as pessoas se acolhem e, principalmente, de onde elas criam força para fazer a resistência”, ressalta o assessor.
Nos vídeos, que serão divulgados semanalmente nas redes sociais Facebook, Twitter, Instagram, no Youtube e no site do MTST, o intuito é também opor-se à criminalização que vem sendo enfrentada pelos movimentos sociais, desde a chegada ao poder de Michel Temer. “Uma das questões é que as pessoas que são de fora (do movimento) se perguntem se essas senhoras e mulheres, e suas histórias, são de terroristas”, observa o assessor.