Assunção, 19 out (Prensa Latina) Os trabalhadores do setor elétrico paraguaio anunciaram que resistirão aos planos do governo de privatizar a produção energética junto com outras empresas estatais.
A proposta foi feita pelo Sindicato de Trabalhadores da Administração Nacional de Eletricidade (ANDE), um dos mas importantes e numerosos do país, em momentos em que o Congresso realiza os últimos debates da lei de Aliança Público-Privada.
Essa legislação, apresentada pelo Executivo e fortemente defendida pelo próprio presidente Horacio Cartes, encontra-se na etapa final de aprovação, a qual tudo indica que se materializará no próximo dia 28 de outubro na Câmara de Deputados.
José Pineda, secretário geral do sindicato, revelou as informações de que empresários nacionais e estrangeiros só esperam essa aprovação para tratar de apoderar do processo de produção e comercialização do serviço elétrico.
Estamos em alerta constante e realizaremos mobilizações em todo o país, em coordenação com centrais sindicais e organizações sociais e camponesas, pontuou o dirigente operário.
Afirmou que, facilmente, podem mobilizar 60 mil paraguaios e incorporarão os fechamentos de vias em zonas do interior do país às marchas e outros atos de protesto.
Desmentiu que o investimento privado melhorará o serviço e disse que essa ação privatizadora deixou maus resultados em Chile e outros países, além de que, no caso do Paraguai significará aumento de tarifas para o consumidor final da eletricidade.
Os trabalhadores de ANDE-A realizaram já, nas últimas semanas, mobilizações preventivas em frente a seus centros de trabalho realçando sua oposição à lei que, paralelamente, recebe também a rejeição de diversos setores da sociedade paraguaia.