Uma equipe internacional especializada no desarmamento químico iniciou neste domingo a destruição de armas químicas sírias e das instalações onde são produzidas, declarou uma fonte do processo.
Segundo a mesma fonte, membros da missão conjunta da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) e as Nações Unidas chegaram a um sítio onde “começaram a verificação e a destruição” das armas.
Os inspectores da OPAQ estão desde dia 1 na Síria para aquela que é a mais arriscada e difícil missão que já desempenharam: eliminar o arsenal sírio em apenas nove meses, enquanto prossegue a guerra civil que destrói o país. E, ainda que a tarefa se revele afinal possível, em nada mudará o desenrolar de um conflito que, segundo um último balanço, fez mais de 115 mil mortos.
“Hoje é o primeiro dia em que vão ser destruídas armas”, disse a fonte da OPAQ à AFP. “Veículos pesados vão passar por cima de ogivas de mísseis, bombas aerotransportadas e unidades móveis e estáticas para misturar os ingredientes dos agentes químicos”.
O regime de Bashar Al-Assad, segundo Washington, tem vários agentes químicos prontos a usar como armas, como sarin, gás VX e gás mostarda, e ricina. A destruição destes produtos químicos nunca é fácil nem rápida, mas neste caso há uma efectiva pressão sobre os peritos internacionais de desarmamento para agirem rapidamente – têm um prazo até meados de 2014.
Segundo o New York Times, será em Novembro que arrancará em a destruição das armas químicas sírias sob supervisão internacional, usando meios que podem ser apenas mecânicos, como agora. Mas quando começar a funcionar o sistema de destruição desenvolvido pelo Pentágono para neutralizar grandes quantidades de químicos transportados para fora da Síria é que o desarmamento começará a sério.
Este sistema, que será instalado noutro país que não a Síria, converte os agentes químicos perigosos noutros compostos que não podem ter uso militar por um processo chamado hidrólise, ou seja, mistura-os com água e outros químicos, e aquece-os.
O Pentágono diz que este sistema pode começar a ser operado dez dias depois de ser transportado para uma nova localização, diz o New York Times, e será útil para neutralizar a grande quantidade de químicos precursores de armas químicas que a Síria tem armazenados.