A privatização de
imóveis públicos foi uma das exigências do FMI e do Banco Central Europeu para
a liberação de um “empréstimo” de 110 bilhões de euros. A gerência de Georges
Papandreou já acertou com a União Europeia e o FMI o quinto “plano de
austeridade” desde que a crise generalizada fez estourar o paiol das finanças
do Estado grego, em maio do ano passado. O novo acerto prevê aceleração das
privatizações e aumento dos impostos para os trabalhadores.

Durante todo o mês de
junho manifestações gigantescas tomaram as ruas contra essas políticas. No dia 12 de junho, mais de 20 mil protestaram em Atenas
contra as medias de “austeridade”. Já em 15 de junho, milhares de pessoas
atacaram os prédios do Ministério das Finanças, na Praça Syntagma, em Atenas,
durante uma greve geral de 24 horas convocada por diversos sindicatos. Bombas
incendiárias foram lançadas contra os prédios e os manifestantes enfrentaram a
polícia. A greve paralisou os trens e todo o serviço de transportes terrestre e
até mesmo os funcionários dos veículos de imprensa aderiram ao movimento. Acossado pelos
violentos protestos, o primeiro ministro Papandreou chegou a
anunciar mudanças no governo, mas sem recuar nas medidas draconianas. Os
sindicatos e movimentos populares convocaram novas manifestações para os dias
seguintes.

No dia 28, às vésperas da votação do pacote antipovo pelo
parlamento grego, uma nova greve geral de 48 horas foi marcada por protestos
radicalizados e enfrentamentos entre manifestantes e policiais. Essa nova
paralisação convocada por diversos sindicatos interrompeu a maior parte dos
serviços públicos do país. Balsas, ônibus e trens não funcionaram e os aeroportos
suspenderam atividades durante várias horas provocando cancelamentos de vôos.

Ignorando os apelos e advertências das massas, o parlamento
aprovou, no dia 29 de junho, por 155 votos contra 138, o pacote de medidas
exigido pelo FMI. Antes da votação, um grande protesto bloqueou as vias de
acesso ao prédio do parlamento e houve um renhido combate entre manifestantes e
policiais. As massas populares gregas, sublevadas há meses, permanecem
mobilizadas e anunciaram, já no final da votação, com novos protestos que não
se curvarão aos ditames do FMI e do governo reacionário e não cessarão a sua
luta.

VIDEO: [http://www.youtube.com/watch?v=l0Kujpg4gDk](http://www.youtube.com/watch?v=l0Kujpg4gDk)