O mapa da violência das pessoas trans revela uma triste realidade. O Brasil lídera o ranking de países em número de morte de pessoas trans.
A cada 48 horas uma pessoa trans morre no brasil. Este é o dado revelado pelo Mapa da Violência contra Pessoas Trans feito pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais).
Dandara dos Santos, 42 anos, foi morta de forma cruel. Na capital do estado do Ceará, Fortaleza, no dia 15 de fevereiro de 2017.
Seus algozes desferiram diversos golpes. Ataques que não feriam apenas o seu corpo, que padecia frente a violência desenfreada, mas sua dignidade, sua existência enquanto ser humano. Morreu pedindo por sua mãe, que não pode socorrer a filha que tanto amava.
Tudo isso sendo filmado e posteriormente compartilhado em redes sociais. Se não fosse a divulgação nas redes sociais, provavelmente, seria mais um caso sem solução. O vídeo foi uma peça chave na investigação que garantiu a prisão do criminosos.
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O caso foi de repercussão nacional e internacional, o que gerou protestos em todo o país por ONGs e entidades envolvidas na luta pelos direitos humanos.
Dandara foi uma mártir. Sua morte trouxe a pauta nacional a violência contra pessoas trans. A intolerância sem fim mascarada e escondida embaixo dos panos.
Estatísticas sobre as mortes de pessoas trans
O Brasil é o país que concentra o maior número de assassinatos de pessoas trans. Estes números, certamente, estão subvalorizados dada a dificuldade de contabilizá-los. E a falta de registros que ajudem a identificar os homicídios como frutos de transfobia.
Em 2017 a Paraíba foi o estado que teve o maior número de assassinatos proporcionalmente a população. Alagoas aparece em segundo lugar, em seguida Tocantins. A região Nordeste concentra a maior parte dos casos (39%), seguida da Sudeste (32%), Norte (10%), Sul (10%) e centro-oeste (9%).
O perfil das vitimas é de pessoas entre 16 e 29 anos, 90% utilizam a prostituição como fonte de renda. Em termos de Raça, 80% dos casos foram identificadas como pessoas negras e pardas. Mostrando o impacto da raça/etnia no índice. 94% dos assassinatos foram contra pessoas do gênero feminino.
Resistência TRANS
Antra, Associação Nacional de Travestis e Transexuais, é um dos pólos de resististência trans no brasil. Atuando na capacitação de lideranças regionais e em campanhas para os cuidados com a saúde de pessoas Trans, a ONG produziu o Mapa da Violência Trans.
Outra frente de resistência é o cursinho Popular Transformação. Entidade que realiza suas atividades na Ação Educativa, no centro da cidade de São Paulo. O movimento atua com um cursinho preparatório para o vestibular para pessoas trans.
Além do cursinho, o coletivo também organiza o TRANSarau. Promovendo atividades culturais para a população Trans.
O coletivo QuatroV produziu um vídeo que relata a história do Projeto