La Paz, 20 jun (Prensa Latina) A Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia determinou dois anos como prazo para a apresentação das alegações pela disputa marítima entre a Bolívia e o Chile, a primeira fase do processo legal.
O embaixador designado pela parte boliviana para apresentar o caso perante a CIJ, Eduardo Rodríguez Veltzé, informou hoje em sua conta na rede social Twitter que La Paz terá até 17 de abril de 2014 para apresentar as alegações da demanda por uma saída soberana ao mar, enquanto que Santiago terá até fevereiro de 2015 para apresentar as suas.
Os governos das duas nações se reuniram no último dia 12 de junho na sede do órgão internacional para definir os cronogramas do processo, resultado da demanda boliviana pela devolução de seus territórios litorâneos perdidos em uma guerra no final do século XIX.
À sessão da Corte foram os embaixadores designados para o julgamento: Rodríguez Veltzé, pela parte boliviana, e Felipe Bulnes, pela chilena, encarregados de apresentar os argumentos para justificar as posições de cada nação.
O presidente de Bolívia, Evo Morales, considerou motivo de comemoração para o país que o processo esteja sendo abordado na Corte e qualificou a jornada como histórica.
“É um dia histórico. Eu diria que deveríamos estar comemorando porque a demanda já foi admitida, a isso se deve a reunião dos dois agentes”, disse.
Em 2011, o mandatário boliviano anunciou a decisão de sua nação de ir à CIJ para exigir uma saída soberana ao mar, frente ao fracasso de um diálogo bilateral entre La Paz e Santiago.
A Bolívia exige do Chile a devolução de seus portos desde uma guerra em 1879, quando perdeu todo seu litoral: 400 quilômetros de costa e 120 mil quilômetros quadrados de territórios ricos em recursos minerais.