José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva (na foto) foram executados com tiros na cabeça; ato vai ocorrer neste sábado (25) próximo ao local onde foram mortos
Há exatamente dois anos, em 23 de maio de 2011, o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva foi executado com tiros na cabela em uma emboscada, em Nova Ipixuna, na região leste do Pará (PA). Lideranças do Projeto Assentamento Agroextrativista (PAE) Praia Alta Piranheiras, a cerca de 580km de Belém, os dois sofriam constantes ameaças e intimidações por denunciarem a ação de madeireiros na região.
Para relembrar a memória do casal, entidades em defesa do meio ambiente e dos direitos humanos, movimentos sociais e familiares das vítimas convocam um ato no assentamento, para o próximo sábado (25), em continuidade à luta dos dois extrativistas e pelo fim da impunidade dos mandantes da morte.
Até hoje, os apontados pelo crime permanecem impunes. Os acusados foram absolvidos na Justiça e, posteriormente, receberam lotes da reforma agrária concedidos pelo Incra.
Segundo as entidades organizadoras, o objetivo é dar prosseguimento à luta e à memória dos dois extrativistas, pela defesa dos povos e da preservação das florestas, pela reforma agrária e contra a aquisição irregular de terras por latifundiários na região e a produção de carvão vegetal e o desmatamento na porção leste do Pará.
O ato vai ocorrer no PAE Praia Alta Piranheiras, em Nova Ipixuna (PA), e deve começar às 9h, com uma cerimônia religiosa em homenagem a José Cláudio e Maria do Espírito Santo, nas proximidades do local onde casal foi assassinado. Posteriormente, está marcado um almoço com celebração na antiga casa dos dois extrativistas, previsto para se encerrar às 15h.
A manifestação é convocada por familiares das vítimas, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (Fetagri-PA), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Ipixuna e Associação dos assentados do PAE Praia Alta Piranheira.
Por Repórter Brasil publicado pelo Brasil de Fato