Brasília – A era Kirchner completa dez anos neste sábado. A comemoração acontece junto com a dos 203 anos da Revolução de Maio – quando os argentinos expulsaram o governo espanhol e criaram a primeira junta governante nacional -, na Praça de Maio em frente à Casa Rosada, em Buenos Aires, capital argentina. Mais de 6 mil pessoas estão no local.
Os festejos começaram à tarde. Mas desde a manhã de hoje (25) movimentos sociais e grupos de vários municípios ocupam a praça. Alguns parlamentares e integrantes do governo aproveitam a comemoração para exaltar o período político argentino.
O deputado Agustín Rossi disse neste sábado que “quando se analisa qualquer indicador, é possível ver que a Argentina está muito melhor do que há dez anos”. Ele acrescentou que “deve ter muita gente que há dez anos tinha um carro que não podia trocar e agora pode. Que há muito tempo não tinha férias e que agora tem”.
O ministro do Trabalho, Carlos Tomada, disse que durante os dez anos da era Kirchner ocorreu a recuperação da “cultura do trabalho”. Segundo ele, a data serve para “recordar o que foi construído no período e renovar o compromisso com tudo o que ainda falta ser feito”.
Os movimentos sociais que participam das comemorações chegaram cedo. Na praça podem ser vistas siglas de vários movimentos como a União dos Trabalhadores Metalúgicos e União dos Trabalhadores da Construção da República Argentina. Além de bandeiras que identificam municípios como Lanús, Lomas de Zamora e San Martín, entre otros.
Muitos movimentos elogiam o governo dos Kirchner e promovem uma homenagem, colocando uma grande bandeira com o rosto do ex presidente Néstor Kirchner em frente à praça.
A era Kirchner teve início com o governo de Néstor Kirchner, falecido em 2010. O período é marcado pelo destaque às causas sociais.
O período também é marcado por alguns embates econômicos com o Brasil. Apesar do comércio entre Brasil e Argentina ter aumentado de US$ 7 bilhões para US$ 40 bilhões nos últimos dez anos, também cresceram barreiras comerciais que restringem o comércio de produtos agrícolas e industriais nos dois lados da fronteira.
A suspensão de uma obra bilionária da Vale na Argentina e a venda de ativos da Petrobras no país vizinho são as evidências mais recentes das diferenças entre os dois países.
No mês passado, as presidentas Dilma Rousseff e Cristina Kirchner se reuniram em Buenos Aires para tentar resolver os desentendimentos entre empresas brasileiras e autoridades argentinas.
Por Mariana Tokarnia, Repórter da Agência Brasil*