La Paz, 18 abr (Prensa Latina) A cidade boliviana de Santa Cruz da Serra já está com suas máscaras prontas e postas, assim como os acessórios e fantasias, porque começa hoje seu Festival Internacional de Teatro, o mais importante do país.

A IX edição do evento será realizada até o próximo 28 de abril e contará com a participação de 40 elencos de 16 países.

De acordo com os organizadores, a programação estará dividida em três partes, cada uma delas com espetáculos relacionados às temáticas do evento: a memória, a mulher e o teatro-dança.

“O encontro se destacará porque estará dedicado a transitar pelos caminhos da memória. Uma reflexão que nos chama no presente a revisar os primeiros passos e projetar nossos próximos caminhos”, assegurou o coordenador artístico, Marcelo Alcón.

Como antessala do festival, estão sendo realizadas desde semana passada atividades paralelas, como uma oficina de dramaturgia e apresentações de livros e gravações de obras emblemáticas do teatro.

A cidade, localizada a 865 quilômetros desta capital, será também sede da reunião anual da Associação de Críticos Teatrais, da qual participarão gestores culturais, artistas e jornalistas para analisar as tendências atuais da cena local e internacional.

Ainda que seja pouco cultivado na atualidade, o teatro na Bolívia está vinculado às práticas dos povos originários do Altiplano, principalmente com a cultura inca.

Esta civilização desenvolveu dois gêneros teatrais, o wanka, que significa tragédia, e o aranway, similar à comédia grega, explica o especialista espanhol Daniel González Gómez em um estudo sobre o tema.

Segundo sua pesquisa, um exemplo deste tipo de obra foi encontrada por um etnólogo belga nos vales da cidade boliviana de Cochabamba. Uma obra que narrava a história de amor entre dois camponeses, tinha cenografia própria e era montada em uma floresta artificial.