“Não há nenhuma razão para achar que índio é coisa do passado […] até porque os brasileiros descendentes de portugueses não vivem como viviam há quinhentos anos. Há uma entidade chamada índio que cobre imensa quantidade de situações, desde as comunidades na Amazônia aos que vivem em favelas nas grandes cidades […]”- Eduardo Viveiros de Castro – adaptado.
O massacre de Viana é apenas uma parte da barbárie sofrida pelas populações ameríndias brasileiras. O resultado da mesma foi noticiado, inclusive, por veículos de mídia internacional e deixou mutilados e baleados.
O episódio ocorreu após a invasão de fazendeiros em terras indígenas. Ação que não é incomum, ainda mais com o avanço da fronteira agricultura em terras indígenas, impulsionada por más políticas de distribuição de terras – se faz reforma agrária com terras indígenas – e pelo agronegócio.
Posteriormente a este atentado, houve o pedido de investigação de profissionais ligados a defesa dos direitos indígenas, funcionários da FUNAI – Fundação Nacional do Indio. A comissão parlamentar que está cuidando da temática é formada primordialmente por deputados ruralístas – isto é que defendem os direitos dos latifundiários, dos setores ligados ao agronegócio.
Há um movimento de desmonte da FUNAI, com a colocação de militares e cortes orçamentários, o órgão que é vital para a proteção das comunidades indígenas, fica impotente, diminuído.
A defesa dos direitos dos povos indígenas faz parte do esforço para a manutenção de culturas ameaçadas de extinção. Desde os tempos da colonização, dezenas de nações indígenas, com seus costumes e línguas, simplesmente desapareceram. A demarcação das terras é vital para a preservação dessas culturas. Quando um povo é extinto se perde com ele todo o seu conhecimento, que é tesouro de toda a humanidade.
Pelo fim dos desmonte da FUNAI.
Créditos da imagem – Mídia Ninja