O Presidente do Sudão, Omar al-Bashir, anunciou esta segunda-feira no Parlamento que todos os presos políticos vão ser libertados de forma a “preparar a atmosfera” política para a redacção de uma nova Constituição.
O Presidente não disse se os prisioneiros políticos serão libertados todos ao memso tempo, ou em fases. O que prometeu, num discurso no Parlamento, foi proteger a “liberdade pública”.
A seguir, pediu a todos os partidos (leia-se oposição) que participem no “diálogo nacional” e no debate constitucional. “Vamos dar sequência aos nossos contactos com todas as forças políticas, sem exclusões, nem excepções, incluindo os grupos armados”, disse Al-Bashir, citado pela agência AFP.
Os grupos políticos e armados ainda não reagiram a esta declaração.
Omar al-Bashir, de 69 anos, está no poder desde 1993 e já tinha anunciado que não se candidatará às eleições presidenciais de 2015. Foi escolhido para dirigir o país pela junta militar que governava o Sudão desdeo golpe de Estado de 1989.
Al-Bashir suprimiu os partidos políticos, censurou a imprensa e dissolveu o Parlamento, assumindo os cargos de chefe de Estado, primeiro-ministro, chefe das forças armadas e ministro da Defesa.
Em vinte anos, o Presidente reprimiu a revolta das minorias não árabes de 2003 – o Tribunal Penal Internacional, agência de justiça das Nações Unidas, considerou que houve indícios de limpeza étnica por parte do Governo central e, por isso, há dois mandatos de captura contra Al-Bashir por crimes de guerra e contra a humanidade cometidos na região de Darfur.
Mas não pôde impedir a secessão do país e, em 2011, o Sudão partiu-se, tendo surgido o Sudão do Sul (cristão, o Norte é maioritariamente muçulmano).