Bogotá- O representante da Organização das Nações Unidas (ONU) na Colômbia, Bruno Moro, pediu o fim dos protestos dos cafeeiros colombianos e solicitou que o governo e os manifestantes busquem o diálogo para solucionar a crise do setor. Há dois dias parados, cerca de 50 mil produtores colombianos bloqueiam cinco das principais rodovias do país em 13 departamentos.
“Não há outra saída. Em todas as circunstâncias, a solução é o diálogo para chegar a um entendimento”, defendeu Moro em uma entrevista à imprensa na tarde de hoje (26), em Bogotá. Ao todo são mais de 38 rodovias com algum tipo de manifestação, e há registro de feridos e enfrentamentos entre a polícia e grevistas.
A paralisação não tem o apoio da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia (FNC), mas o Movimento pela Defesa e Dignidade Cafeeira, pede medidas governamentais para solucionar a crise que afeta o setor há mais de um ano.
Na semana passada o governo colombiano anunciou um pacote para salvar o setor. A FNC aceitou a proposta, mas os manifestantes consideraram a ajuda insuficiente.
O custo de produção do café no país é superior ao preço interno e as exportações sofrem com a valorização do peso colombiano em relação ao dólar. Além disso, fortes chuvas e várias doenças afetaram o plantio dos últimos anos.
Em defesa da ação do governo para apoiar o setor, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse ontem (25) que o governo investiu, de 2010 até hoje, cerca de U$ 2,7 bilhões na cafeicultura, no repasse direto e por meio de subsídios. Mesmo assim, em oposição à FNC, o Movimento pela Defesa e Dignidade Cafeeira diz que a ajuda não chega a todos os produtores e que outras medidas precisam ser adotadas.
O movimento independente alega ter tentado negociar com o governo, mas, segundo eles, a opção governista foi negociar somente com a cúpula da FNC.
Outros movimentos prometem aderir, a partir de amanhã (27, aos protestos dos cafeicultores. Os produtores de cacau e o setor de transporte anunciaram hoje que também pretendem se juntar aos produtores do café para protestar por melhores condições de trabalho e produção.