Nesta quarta-feira, dia 6 de maio, foi realizada uma sessão de apresentação da Marcha Mundial pela Paz e pela Não Violência na Organização das Nações Unidas em Nova Iorque. A palestra foi organizada com apoio do Conselho Chileno iniciado com a adesão da presidente Michelle Bachelet em abril deste ano e contou com a participação de delegados da ONU e membros de diversas organizações não governamentais.
O porta-voz internacional da Marcha Mundial, Rafael de la Rubia, recolheu apoio de delegados e Ong´s durante o evento. Além disso, propôs que os chefes de Estado que aderem à Marcha Mundial realizem uma declaração conjunta de apoio durante a abertura da próxima Assembléia Geral da ONU, a ser realizada em setembro.
Outra conexão essencial com a ONU é a data de começo da marcha: 2 de outubro, declarado pela ONU como Dia Internacional da Não-Violência. De la Rubia acrescentou: “Em 1º de dezembro, a equipe que percorrerá o mundo levará sua mensagem diretamente às Nações Unidas, depois de ter viajado durante dois meses por vários continentes”.
A proposta da Marcha inclui o desarmamento nuclear imediato, a retirada das tropas invasoras dos países militarmente sitiados, o desarmamento progressivo e proporcional do armamento convencional, a criação de tratados de não agressão entre países e a renúncia dos governos a utilizarem as guerras como meio de resolução de conflitos. Rafael de La Rubia afirmou que esse movimento surge como resposta a um aumento da violência não só no âmbito de relações intergovernamentais como também no cotidiano de todos os países do mundo.
Segundo o porta-voz, “temos que aprofundar nosso conceito de paz. Não é possível que nos governos se fale de paz e ao mesmo tempo tenham as fábricas de armamentos a pleno funcionamento. Não é possível falar de paz e países serem invadidos. Não é possível que se invistam três bilhões de dólares em armamentos e que, hoje, 165 mil pessoas morram por causa da fome”.
Resumindo suas razões para vir às Nações Unidas, De la Rubia disse: “A Marcha Mundial tem como objetivo principal criar consciência mundial de que a paz é o único caminho para a frente e que hoje é necessário que essa paz seja acompanhada da metodologia da não-violência para que possamos passar verdadeiramente para uma nova etapa para a Humanidade”.
O porta-voz norte-americano do Novo Humanismo, Chris Wells, contextualizou a iniciativa que já conta com a adesão de diversas personalidades e atividades em andamento em mais de 100 países. Segundo ele, “este projeto é uma espécie de expressão concreta da essência da ONU que é a ideia de que os países deveriam ser capazes de resolver seus conflitos sem recorrerem à guerra”.
**Delegados levarão propostas aos seus governos**
A reunião foi assistida por delegados da Argentina, China, Irã, Uruguai, Síria, Guatemala, Polônia e Burkina Fasso, entre outros, que se mostraram receptivos à Marcha e prometeram fazer com que essa informação chegue a seus respectivos governos.
Gladys Acosta, Chefe da Unifem para América Latina e Caribe, expressou seu apoio entusiasta para a Marcha, relacionando-a com sua campanha mundial “Diga não à violência contra as mulheres”. Adesões similares foram recebidas também de outras ONGs. Posteriormente, foram feitos os primeiros contatos com a delegação da China para definir una maneira de facilitar a passagem da Marcha Mundial por esse país.
A Marcha Mundial acontecerá entre 2 de outubro de 2009 e 2 de janeiro de 2010, partindo da Nova Zelândia e chegando à Argentina, percorrendo 90 países. Desde já, atividades que propõem gerar consciência pela não violência por meio de seminários, eventos artísticos, criação de materiais e adesões de pessoas ao redor do mundo estão em andamento em mais de 100 países. A última campanha de adesões pela Marcha recolheu, em um período de dez dias, mais de 400 mil assinaturas de apoio à causa.
**Colaborou Sabine Mendes**