Paris, 14 jan (Prensa Latina) Dezenas de imigrantes sem documentos puseram fim à greve de fome mantida durante mais de dois meses na cidade francesa de Lille, depois que a direção da polícia se comprometeu a examinar sua situação.
“Já era hora de parar porque os problemas de saúde tinham se tornado críticos”, declarou Kamel, um porta-voz dos grevistas, que hoje desarmarão o acampamento levantado em pleno centro dessa cidade.
Os 37 imigrantes, em sua maioria argelinos, iniciaram o protesto há 73 dias para exigir das autoridades uma regularização de seus status.
“Não tivemos outra opção. Depois de mais de um ano e meio de ações, ninguém nos escutava”, expressou Alouache, um dos manifestantes.
O movimento adquiriu maior relevância em dezembro, quando os imigrantes sem documentos, entre os quais sete mulheres, decidiram acampar em frente à igreja de Saint-Maurice, em pleno centro dessa cidade.
A situação dos sem documentos gerou um movimento de solidariedade que se estendeu até esta capital, onde no dia 31 de dezembro várias pessoas ocuparam brevemente a sede diplomática do Vaticano.
Na última sexta-feira, um comitê de apoio tomou pela segunda vez a sede da prefeitura de Lille e, no sábado, mais de 200 manifestantes protestaram pelas ruas da cidade para exigir das autoridades uma resposta às demandas dos imigrantes sem documentos.
Consultado sobre o tema, o ministro do Interior Manuel Valls excluiu a possibilidade de regularizar o status desses imigrantes sob pressão.
No entanto, o governo do estado do Norte, cuja capital é Lille, prometeu realizar um exame detalhado de cada um dos expedientes.