Teerã, 12 jun (PL) O presidente do Majlis (parlamento) de Irã, Alí Larijani, advertiu hoje que certos países tratam de sabotar o acordo nuclear assinado com seis potências mundiais, enquanto sua implementação avança no meio de intermináveis hostilidades.
Em uma sessão do Legislativo para escutar um relatório do chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, sobre política exterior, Larijani pediu ao governo, à própria câmara e a outras instâncias nacionais monitorar de modo vigilante todos os acontecimentos em torno de dito pacto.
Cumprimentou os esforços exitosos da equipe iraniana, encabeçado por Zarif, que em 14 de julho de 2015 assinou em Viena, Áustria, o Plano de Ação Conjunta Integral (PACI, nome oficial do acordo) com o Grupo 5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais Alemanha).
O líder parlamentar respaldou a política de Zarif e recordou que a chancelaria de Teerã teve que manter sua postura firme com respeito ao que descreveu como demandas excessivas dos Estados Unidos, que agora coloca obstáculos no levantamento de sanções bancárias.
Tal posição norte-americana, apontou Larijani, indica que os Estados Unidos, bem como outros países, procuram pressionar novamente o Irã mediante outros canais alheios ao tema nuclear.
Por seu lado, o chanceler destacou que, ainda que o PACI está vigente desde o 16 de janeiro passado, quando também se levantaram as sanções ao país, “as hostilidades das potências hegemônicas contra o Irã não finalizaram”.
A implementação do acordo não significa que todas as hostilidades e oposições se eliminaram, enfatizou Zarif em sua rendição de contas na sessão aberta do hemiciclo.
Agregou que, apesar da sabotagem do Congresso estadunidense com respeito ao petróleo do Irã, o país tem conseguido produzir mais de 2 milhões de barris por dia, o qual -economizou- é um grande lucro.
O chefe da diplomacia persa opinou que desde o ponto de vista psicológico ver tantas delegações estrangeiras indo ao Irã prova o fato de que apreciam ao país como lugar seguro para investir, e esse é precisamente o dever do governo, sublinhar a segurança da nação.
Assinalou que desde o mesmo dia da rubrica do PACI e inclusive antes, quando se subscreveu o Acordo interino de Genebra (novembro de 2013), “Irã começou gradualmente a ganhar acesso a seus recursos financeiros”.
Desde então entram mensalmente ao tesouro nacional 700 milhões de dólares de valores iranianos, revelou Zarif ao acrescentar que a próxima fase foi o descongelamento de ativos depois da entrada em vigor, ao mesmo tempo em que os obstáculos às transações bancárias se eliminaram parcialmente.
Mas segundo o chanceler, “o ponto mais significativo” é que atualmente a república islâmica tem acesso a seus recursos financeiros e já ninguém nega esse fato, ao mesmo tempo que um crescente número de bancos estrangeiros já se envolvem com entidades homólogas locais, públicas e privadas.
Até o dia 31 de maio, tinham-se aberto 4.172 linhas de créditos e essa cifra vai em ascensão, além de que bancos da Europa, Japão e Coreia estão ativos na transferência ao Irã de seus rendimentos petroleiros, de modo que o país está em capacidade de usar seus próprios meios financeiros, indicou.