O objetivo do evento, que começou nesta quarta (13), é construir um calendário de lutas comuns.
Da Página do MST | Por Gisele Brito | Publicado em 14 de abril de 2016
“Globalizamos a Luta! Globalizamos a esperança!” Com esse grito de luta, começou oficialmente a Conferência Internacional da Reforma Agrária na manhã de hoje (13), em Marabá, no sudeste do Pará.
O evento, organizado pela Via Campesina, tem como objetivos fortalecer a unidade e a solidariedade entre os povos, estudar as estratégias do capital e suas crises, trocar informações e experiências sobre políticas públicas e debater as diversas propostas de reforma agrária apresentadas pelos movimentos populares que lutam pela terra. Representantes de organizações camponesas de dez regiões de todos os continentes do mundo estão presentes.
“O objetivo principal é atualizar o debate sobre reforma agrária e contribuir para a construção de um calendário de lutas comuns. Independentemente se é a ‘reforma agrária popular’ ou a ‘reforma camponesa’. Se está na Ásia, na África ou na Europa. O importante é a gente ter elementos comuns de enfrentamento do inimigo, que é o mesmo: o capital”, afirma Marina dos Santos, membro da direção nacional do MST e coordenadora Internacional da Via Campesina pela América Latina.
Para Faustino Torrez, da Asociación de Trabajadores del Campo (ATC) e da Via Campesina pela Centro América, o significado da reforma agrária vem sendo apropriado e deturpado pelos Estados e e pelo capital. Por isso, o debate neste momento é fundamental para a articulação.
“Alguns acadêmicos querem que a gente esqueça o conceito da reforma agrária e falam da distribuição de terra, da compra de terra, porque não querem resolver esse problema grave.
Então, com a força de vários países e dos povos originários, estamos dizendo que devemos recuperar a Reforma Agrária e dizer que a Reforma Agrária Popular é a mais completa. É ela que garante trabalhar para resolver a pobreza no campo e é base para garantir soberania alimentar.
As outras são políticas de governos populistas, em alguns casos com outros interesses, que entregam terra, mas não dão crédito aos camponeses. E, sem apoio, eles as colocam à venda. Essa é a lógica de alguns países capitalistas. Então, defendemos a mais.
Fonte: Página do MST