Bradley Manning, o soldado do exército de EE.UU. acusado de filtrar centoenasd e milhares de documentos confidenciais para a página de revelação de dados secretos Wikileaks, fez uma declaração pela primeira vez desde que foi detido em maio de 2010.
Em procedimento anterior ao julgamento realizado na quinta-feira, Manning revelou a confusão emocional que padeceu enquanto estava encarcerado em Kuwait após sua detenção em 2010, dizendo: “Lembro que pensei ‘Vou morrer’. Pensei que ia morrer numa jaula”.
Como parte de seu depoimento, Manning entrou num retângulo de tamanho natural traçado com giz que representava a cela —de 2×2.5 metros aproximadamente— na que esteve depois na base de Quantico, em Virginia, e relatou como inclinava a cabeça para ver o reflexo de uma claraboia através de um pequeno espaço na porta de sua cela.
Manning poderia ser condenado a cadeia perpétua se fosse declarado culpado das acusações mais graves dentre as vinte e duas apresentadas contra ele. Está previsto que o julgamento comece em fevereiro. Manning ofereceu declarar-se culpado de um sub-grupo de cargos que poderiam representar uma pena de máxima de 16 anos de cárcere.
“O notável é que ele conserva uma incrível dignidade após passar por isto”, disse Michael Ratner, que se encontrava na sala do tribunal durante a audiência de Manning. “Acho que essas condições no cárcere foram porque estavam furiosos com Bradley Manning; Mesmo depois do corpo de psiquiatras ter declarado que ele não devia estar numa situação que apresentasse risco de cometer suicídio ou em um lugar específico, ainda assim ele é mantido sob condições desumanas. Então se pode pensar que por algum motivo estão tratando de quebrá-lo. O advogado David Coombs afirma que isto é para que Manning de provas contra Julian Assange e Wikileaks”.
Ratner é presidente emérito do Centro para os Direitos Constitucionais e advogado de Julian Assange e Wikileaks.