No último dia 10 de dezembro, data em que se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, o Movimento dos Sem Terra e uma série de movimentos populares, centrais sindicais e o movimento estudantil brasileiros iniciaram a Mobilização Continental Contra as Bases Militares Estrangeiras e Práticas Antissindicais na America Latina e Caribe. O ato de lançamento da campanha aconteceu no Sindicato dos Engenheiros, em São Paulo.
Antes mesmo do lançamento formal da iniciativa, na manhã de hoje, um ato em frente à embaixada da Colômbia marcou a primeira ação da mobilização. Os manifestantes entregaram ao embaixador colombiano no Brasil uma carta endereçada ao presidente Álvaro Uribe, por meio da qual denunciam as violações dos direitos humanos e repudiam a recente instalação de novas bases militares estadunidenses no país latino-americano.
Nos últimos tempos, a Colômbia vem sofrendo constantes práticas antissindicais. Nos últimos 23 anos foram assassinados 2.731 sindicalistas no país. Segundo informações da Central Unitária de Trabalhadores da Colômbia, entre janeiro de 1986 e dezembro de 2008 ocorreram 231 atentados, 4.200 ameaças, 161 sequestros, 1.478 vítimas de deslocamentos forçados, 193 desaparecidos, 73 casos de tortura e 43
capturas ilegais.
Segundo o representante da Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Rubens Diniz, a instalação de bases militares em países estrangeiros somado a instalação da Quarta Frota é uma forma de intimidar governos anti-americanos. “Documentos oficiais do Pentágono expressam essa vontade principalmente pelo posicionamento de forças militares em locais estratégicos com grandes recursos naturais como a Amazônia e a navegação em águas do pré-sal”, salientou.