MÚSICA

Por Renan Simões

 

No Brasil, a década de 2000 foi marcada por avanços tecnológicos que possibilitaram: (1) a popularização da internet (incluindo as redes sociais e os memes virais); (2) recursos cada vez mais consistentes para a produção musical caseira.

Em 2003, eu iniciei meu Ensino Médio no CEFET-ES (atual IFES), onde conheci um dos grandes amigos da vida, Raul Zoboli, talvez o maior influenciador que eu tive, por ter me levado a várias direções: colecionismo de LPs e CDs, música brasileira, religiosidade afro-brasileira, hardcore capixaba, bizarrices da internet, etc. Raul sempre foi muito antenado com coisas bizarras surgidas da internet, especialmente músicas.

A Raul dedico este mini ranking d’Os 5 discos nacionais mais bizarros da década de 2000, visto que conheci 4 desses 5 álbuns através de suas indicações. A quinta indicação de artista veio do amigo Gilson Antunes. Ao longo das próximas semanas, postarei uma resenha para cada um dos álbuns, com os respectivos links para escuta (inserirei no YouTube o que não estiver disponível).

A forma de avaliação dos álbuns foi a mesma que realizei no Ranking dos (meus) 107 Melhores Discos da Música Brasileira (até 2020). Cada faixa do álbum recebeu uma nota, ou seja, uma mensuração quantitativa do que esta significa qualitativamente para mim (considerando também, para essa lista, a bizarrice da faixa), o que se deu da seguinte forma: excelente (10), muito boa (9), boa (8), regular (7) e ruim (6). Caso a música fosse superlativamente perfeita, recebia uma excepcional nota 11. As notas representaram, de certa forma, tanto a faixa isolada quanto seu papel no contexto do álbum.

Os álbuns contemplados na lista são, no geral, caseiros e/ou realizados por músicos amadores. Há quem diga que amadores como estes não têm a menor ideia do que estão fazendo – o que posso até concordar, de um ponto de vista mais tradicional, e talvez realmente não estejam. Entretanto, resultados tão atípicos, bizarros e divertidos como estes só poderiam acontecer através desses artistas, com todas as suas competências, limitações e formas de expressão.

Vale a ressalva de que um dos álbuns da lista, embora caseiro, foi produzido por “grandes músicos” (no sentido mais tradicional do termo); entretanto, este sempre vai me soar ultra alienígena, diferente de qualquer coisa que já foi produzida no Brasil (e no mundo). Esse álbum foi o que mais me arrependi de não ter incluído no Ranking dos (meus) 107 melhores discos da música brasileira (até 2020); merecia estar lá… De toda forma, farei um texto mais específico sobre isso em sua resenha específica.