ARTES VISUAIS
Por CWeA Comunicação
Perto de completar 83 anos, a artista nascida na Itália e residente no Rio de Janeiro desde seus treze anos, ganha uma dupla homenagem, no Rio e em São Paulo. No Rio, a Danielian Galeria, na Gávea, reunirá 35 obras produzidas, principalmente, desde 2005 até agora, várias delas inéditas.
Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro
Abertura: 28 de maio de 2024, às 18h30
Até: 20 de julho de 2024
Curadoria: Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto
Entrada gratuita
Estarão também esculturas emblemáticas feitas nos anos 1970, 80 e 90. O corpo feminino passou a ser o principal tema da artista a partir dos anos 1970, quando em meio à tortura ou ao exílio, “o corpo representava o primeiro espaço da manifestação política”, observam Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto, curadores da exposição. As obras abordam questões que atravessam a trajetória da artista, e o reconhecimento de uma matriz pop/kitsch com referências surrealistas em sua pintura.
Em São Paulo, a Galeria Galatea abrirá no dia 4 de junho a mostra “Pietrina Checcacci – Táticas do corpo”, com destaque para seus trabalhos de cunho político, que dialogam com a estética da Nova Figuração Brasileira, e também para as pinturas que trazem o corpo em primeiro plano a partir do olhar feminino.
A Danielian Galeria apresenta a partir do dia 28 de maio de 2024 a exposição “Carnação”, com 35 obras de Pietrina Checcacci, várias recentes e inéditas, que percorrem sua trajetória desde os anos 1970. Foi naquela década em que a artista passou a usar o corpo feminino como protagonista em sua produção, momento em que o Brasil vivia sob uma ditadura, e, “entre o exílio e a tortura, o corpo representava o primeiro espaço da manifestação política, frágil pela insegurança e forte pela capacidade de resistência”, explicam os curadores Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto. A Danielian Galeria se junta à galeria Galatea, em São Paulo, para promover duas ações expositivas a partir de novos olhares curatoriais sobre a produção da artista ítalo-brasileira. Em São Paulo, a galeria Galatea abrirá no dia 4 de junho a mostra “Pietrina Checcacci: táticas do corpo”, com texto crítico de Fernanda Morse, com destaque para seus trabalhos de cunho político, que dialogam com a estética da Nova Figuração Brasileira, e também para as pinturas que trazem o corpo em primeiro plano a partir do olhar feminino.
Os curadores Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto afirmam no texto que acompanha a exposição “Carnação”: “Em um caminho adjacente às guerrilhas artísticas do cenário na época, suas investigações estéticas no campo da pintura e do desenho levaram-na a desenvolver uma identidade visual própria que trazia do pop, a apropriação da imagem, e do kitsch a assimilação de visualidades e linguagens na popularização destas imagens”.
“Pietrina acentua a presença feminina na arte pop brasileira com suas figuras sensuais repletas de desejo. Fiel à imagem, Pietrina faz do corpo a sua principal ferramenta de criação e encantamento de mundo. Suas formas arredondadas, como as curvas e dobras barrocas, fazem do corpo feminino um território de luta, empoderamento e prazer”, diz Marcus de Lontra Costa.
IMAGENS DE FORTE IMPACTO VISUAL
Rafael Fortes Peixoto destaca que “Pietrina faz parte de uma geração de artistas mulheres fundamental para estruturar a libertação e ampliação do cenário artístico e cultural brasileiro. Com imagens de forte impacto visual, suas obras fazem parte do imaginário das décadas de 1980 e 1990. A ideia dessa exposição é mostrar para o público tanto obras desse período como também a produção atual da Pietrina, que fará 83 anos, e está a todo vapor”.
“Pietrina Checcacci se dedica ao longo de 60 anos de carreira artística a esse espaço de provocação e conquista. Entre a pintura e a escultura, a projeção de um feminino de detalhes, paisagens e cosmos – a matriz da existência. Esta exposição reúne obras de diferentes períodos de sua criação para instigar olhares frescos para uma produção que segue ativa e vibrante”, escrevem os curadores.
Pietrina nasceu em 1941 na Itália e com treze anos se mudou para o Rio de Janeiro. “Na conturbada década de 1960, integrou-se ao cenário cultural, participou dos principais salões e mostras ao lado de contemporâneos como Rubens Gerchman, Claudio Tozzi e Ivan Freitas, e desenvolveu pinturas com forte influência da pop americana e da denúncia política que marcou a produção daquela geração de artistas”, contam.
Eles destacam que “nos anos 1970, o corpo feminino assumiu o protagonismo em suas telas. Neste período no Brasil, entre o exílio e a tortura, o corpo representava o primeiro espaço da manifestação política, frágil pela insegurança e forte pela capacidade de resistência”.
“Numa postura audaciosa para o mercado brasileiro, Pietrina manteve uma relação mais íntima com o público do que com a crítica de arte, quase sempre impregnada de historicismos e conceitualizações. Sua produção, a partir da década de 1970, reflete estratégias de ação que apostavam na popularização como ferramenta democrática de acesso à arte e de questionamento do papel da mulher na sociedade, sem, no entanto, abandonar a importância do fazer artístico. Na pintura, através de grande habilidade técnica, Checcacci desenvolveu imagens de forte apelo visual que são como jogos para o olhar. Numa visão do corpo como signo cósmico da vida, a artista passou a utilizar a imagem como ferramenta de propagação de provocações, submetendo-as à experiência primeira do olhar para o belo”, assinalam os curadores, salientando uma frase da artista:“Minhas telas são como um anzol”.
GALATEA – TÁTICAS DO CORPO
Na galeria Galatea, a mostra “Pietrina Checcacci – Táticas do corpo”, com abertura no dia 4 de junho, apresentará aproximadamente 40 obras desde a década de 1960 até os desdobramentos atuais da produção da artista. A exposição destaca tanto seus trabalhos de cunho político, que dialogam com a estética da Nova Figuração Brasileira, quanto as pinturas que trazem o corpo em primeiro plano a partir do olhar feminino.
Fernanda Morse, que assina o texto crítico da exposição na Galatea, comenta: “Diante de toda a diversidade das correntes artísticas em ação na segunda metade do século XX, Pietrina não seguiu uma cartilha específica. Como a própria artista diz, o ser humano foi desde o início o seu leitmotiv e ganhou cada vez mais espaço em seu trabalho com o passar dos anos”. “Distanciando-se de uma certa investigação em torno universo político, dos jogos de aparência e dos conflitos morais”, observa.
SOBRE PIETRINA CHECCACCI
Pietrina Checcacci nasceu em 1941 em Taranto na Itália e mudou-se em 1954 para o Rio de Janeiro. Cursou a Escola Nacional de Belas Artes e na década de 1960 já mantinha ativa atuação no cenário artístico carioca junto às pesquisas pop da nova figuração. Nos anos 1970, desenvolveu uma linguagem visual que toma o corpo feminino como espaço de reflexão e de criação de um repertório de imagens que questionam o lugar do desejo, do prazer e da liberdade feminina na sociedade brasileira. Ao longo dos seus 60 anos de trajetória artística desenvolveu suas pesquisas em diversos suportes como a pintura, a escultura e a gravura, mantendo uma relação de subversão quanto ao papel da imagem no ambiente contemporâneo. Ao longo dos anos, Pietrina realizou diversas exposições individuais e participou de mostras de relevância nacional e internacional. Seus trabalhos integram importantes coleções como a do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia e a Coleção Chateaubriand – Museu de Arte do Rio de Janeiro, entre outras obras públicas e coleções particulares em todo o mundo.
SERVIÇO: Exposição “Pietrina Checcacci – Carnação”
Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro
Abertura: 28 de maio de 2024, às 18h30
Até: 20 de julho de 2024
Entrada gratuita
Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro
Rua Major Rubens Vaz, 414, Gávea, Rio de Janeiro, CEP 22470-070
Segunda a sexta-feira, de 11h às 19h
Sábados, de 11h às 17h
Telefones: +5521.2522.4796 e +55 (21) 98802-8627
https://www.instagram.com/danielian_galeria/
Exposição “PietrinaCheccacci: táticas do corpo”
Galatea, São Paulo
Abertura: 4 de junho de 2024, das 18h às 21h
Até: 13 de julho de 2024
Rua Oscar Freire, 379, loja 1, Jardins, São Paulo
Segunda a quinta, das 10h às 19h; sexta, das 10h às 18h; sábado, das 11h às 15h
https://www.galatea.art/