Na manhã de sexta-feira, a 3 de Novembro, no porto de Oakland, na Califórnia, um grupo de manifestantes com bandeiras da Palestina acorrentou-se a um navio da marinha americana para impedir a sua partida para Israel com um carregamento de armas, reiterando a sua exigência de um cessar-fogo.
Esta não foi a primeira manifestação de solidariedade com a Palestina: já se tinha realizado uma marcha muito participada em 23 de Outubro para protestar contra os bombardeamentos israelitas, mas a de sexta-feira foi uma ação clara de denúncia do envolvimento militar dos EUA no genocídio em curso em Gaza.
Em Washington, 300 000 pessoas já tinham organizado a maior manifestação contra a guerra desde a guerra do Vietname, apelando a Biden para que deixe de financiar o genocídio em Gaza e exigindo um cessar-fogo imediato. A manifestação foi organizada pelo Movimento da Juventude Palestiniana, ANSWER Coalition, American Muslim Alliance, The People’s Forum, National Students for Justice in Palestine, Al-Awda, The Palestine Right to Return Coalition, U.S. Palestinian Community Network (USPCN), U.S. Campaign for Palestinian Rights (USCPR) e Maryland2Palestine.
Como explica a página do Facebook da Jewish Voice for Peace, os organizadores da concentração na Grand Central Station de Nova Iorque, nas últimas semanas milhares de judeus norte-americanos protestaram contra o ataque militar israelita a Gaza, declarando: “Não ficaremos em silêncio enquanto a nossa dor é explorada para dar apoio militar ao genocídio de civis palestinianos em Gaza”.
Conforme noticiado pela Anbamed no sábado, 4 de Novembro, também se realizaram manifestações de solidariedade com a Palestina nas principais cidades europeias, no Vietname, na Indonésia e em vários países da América Central e do Sul.
Um milhão de pessoas manifestaram-se em Jacarta, capital da Indonésia
(Foto de https://www.facebook.com/VPalestineTeam)
No Reino Unido e na Irlanda, dezenas de milhares de pessoas realizaram marchas e concentrações em várias cidades, incluindo Edimburgo, Glasgow, Manchester, Cardiff, Liverpool, Leeds, Oxford, Sheffield, Belfast, Cork, Galway e Dublin, exigindo um cessar-fogo imediato. Em Londres, 30.000 manifestantes gritaram em frente ao edifício do governo: “Quantas crianças terão de morrer para que vocês parem?”. “Quantos civis terão de morrer ainda para que os líderes políticos deem ouvidos ao nosso movimento global pela paz?”, acrescentou o antigo líder trabalhista Jeremy Corbyn.
Manifestação em Londres
(Foto de https://twitter.com/NotHamudy)
Jeremy Corbyn no comício de Londres
(Foto de https://www.facebook.com/VPalestineTeam)
No centro de Berlim, capital da Alemanha, variadas organizações alemãs e de estrangeiros juntaram no passado dia 4 de Novembro cerca de 8.000 pessoas para protestar contra a discriminação sistemática dos palestinianos, cujo cúmulo está a ser atingido agora através dos bombardeamentos indiscriminados da Faixa de Gaza: Primeiro os militares israelitas cercaram a Faixa de Gaza (fechando as fronteiras, e cortando a água, a eletricidade, a internet, etc.), depois mandaram aviões militares deitar bombas sobre ela, exterminando os seus habitantes (a esmagadora maioria de mortos são civis, 40% dos quais crianças ou menores!), deixando depois os sobreviventes à sua sorte…
Imagens da manifestação em Berlim a 4 de Novembro de 2023
(Fotos: PRESSENZA)
Na Alemanha é particularmente perigoso criticar a política de apartheid e de genocídio do Estado de Israel em relação aos palestinianos, pois os alemães têm uma enorme dívida histórica para com os judeus, depois de — durante a 2ª Guerra Mundial — Hitler e os nazis terem exterminado sistematicamente — e a frio — 6 milhões de judeus que viviam na Alemanha ou nos territórios ocupados pela mesma: o chamado Holocausto ou — para os judeus — a Shoá ! Quem hoje na Alemanha critica a política do Estado de Israel, é muito facilmente suspeito de ser anti-semita!
(Foto-reportagem de Berlim acrescentada à reportagem original)
De Lisboa, capital de Portugal chegaram-nos também algumas fotos de uma das muitas manifestações de solidariedade com o povo palestiniano:
Manifestação em Belém/Lisboa, Portugal a 5 de Novembro
(Fotos tiradas do Facebook)
(Foto-reportagem de Portugal acrescentada à reportagem original)