ARTES VISUAIS

Por CWeA Comunicação

 

A artista mostra pinturas permeadas por paisagens idílicas repletas de luz e formas botânicas, em que exalta a natureza, em sua primeira individual na Anita Schwartz. 

 

Anita Schwartz Galeria de Arte [Segundo andar], Rio 

Abertura: 23 de agosto de 2023, das 19h às 21h

Até 21 de outubro de 2023

Entrada gratuita

 

Anita Schwartz Galeria de Arte tem o prazer de convidar para a abertura, em 23 de agosto de 2023, das 19h às 21h, da exposição “Sob a luz de outros sóis”, com pinturas recentes de Esther Bonder, em que a artista exalta a natureza em paisagens luxuriantes. Esta é a primeira individual da artista na Galeria, e a curadoria é de Sandra Hegedus, e o texto crítico de Shannon Botelho

Ainda estudante de arquitetura, Esther Bonder teve aulas com Lygia Pape (1927-2004), que “sensibilizava os alunos por meio de exercícios corporais que nos fazia perceber que tudo é paisagem, e que a perspectiva vem de lugares mais inusitados, como uma vista de um ser que rasteja ou mesmo de alguém que habita no nosso interior, como os fungos ou as bactérias, em meio ao nosso jardim interno”. Arquiteta urbanista, Esther Bonder trabalhou durante dois anos com Roberto Burle Marx (1909-1994), em 1981 e 1982, em uma estreita convivência com ele em seu sítio, em Barra de Guaratiba, Rio de Janeiro. A partir daí, seguiu no paisagismo até os anos 2000, quando deixou os projetos de grande porte, e começou a fazer arranjos com plantas, desenvolvendo vários processos que passaram a abranger interferência com pintura, esculturas com galhos, e uso de flores que secavam rapidamente. 

A artista estudou na EAV Parque Lage com Charles Watson, Fernando Cocchiarale e Anna Bella Geiger, e frequentou o ateliê de Fayga Ostrower (1920-2001), Katie Van Scherpenberg e Lilia Sampaio, e retornou à pintura sobre tela há dez anos.

Defensora da noção de que ecologia não é “apenas cuidar do meio ambiente, mas termos consciência de que fazemos parte da natureza, somos um”, Esther Bonder é leitora voraz de pensadores ambientalistas como Ailton Krenak (1953), os italianos Emanuelle Coccia (1976) e Stefano Mancuso (1965), além do russo Vladimir Vernadsky (1863-1945), autor do clássico “A Biosfera” (1926). “Somos subprodutos das plantas. Vivemos de sua expiração. Somos feitos de folhas e terra, dos mesmos elementos das estrelas, e voltamos à terra, em um ciclo da vida. Tudo tem um ciclo”, diz.

Perceber o sensível da vida é essencial para que as pessoas possam conviver, afirma a artista. “Na fronteira entre o racional e a poesia está a arte, que ‘traduz’ o sensível de forma visível. Mesmo ao comer uma folha de alface estamos absorvendo toda a sabedoria contida ali, naquela estrutura. Ao tomarmos contato com a leitura, com a arte, tudo passa a fazer parte de nós. A sensibilidade migra de corpo para corpo”. 

Das pinturas que estão na exposição – todas em acrílica sobre tela – algumas são totalmente inéditas, como “Sob a Luz de Outros Sóis” (2023), 150 cm x 150 cm, “Terroso” (2023), 154 cm x 215 cm e “Aurora” (2023), 160 cm x 150 cm. Outras, também produzidas este ano, estiveram na exposição “A Vida Sensível”, no Centro Cultural dos Correios de São Paulo, com curadoria de Ana Carolina Ralston, como “Escotilha (2023), 60 cm x 60 cm, e “Sobre todas as cores (2023), 200 cm x 160 cm.

 

ASSIM FALOU A PLANTA

O tríptico composto pelas pinturas Socaba (2022), de 90 cm x 70 cm, “Mapacho (2022), de 90 cm x 70 cm, e “Ayahuasca” (2022), de 90 cm x 70 cm, foi criado após Esther Bonder conhecer o trabalho da cientista italiana Monica Gagliano (1976), pesquisadora da Southern Cross University, em Lismore, Austrália, autora de “Thus Spoke the Plant: A Remarkable Journey of Groundbreaking Scientific Discoveries and Personal Encounters with Plants” (North Atlantic Books, 2018), “Assim Falou a Planta: Uma Jornada Notável de Descobertas Científicas Inovadoras e Encontros Pessoais com Plantas”, em livre tradução, ainda não editado no Brasil.

No estudo, a cientista faz uma pesquisa na região amazônica, e nos efeitos da ayahuasca, cipó que origina uma bebida usada por vários povos indígenas em rituais religiosos. “O livro foi escrito ‘pela árvore’”, conta a artista. “Esses trabalhos são uma homenagem às ervas e plantas medicinais”. Para ela, o futuro trará pesquisas científicas ligadas à mente física das plantas. 

Complementam a exposição as pinturas Rio Touro Morto” (2021), 115 cm x 135 cm, e “Antes da Maçã” (2020), de 120 cm x 100 cm.

Shannon Botelho destaca no texto que acompanha “Sob a Luz de Outros Sóis”: “Estamos em uma exposição onde a realidade é transmutada em sensação”. “As imagens apresentadas possuem um aspecto fluido, como o movimento das águas que correm incessantemente para reinventar a vida. Verdes, ocres, violetas, azuis, compõem um lugar ideal para que um discurso seja exprimido ainda que silenciosamente. O vento que corre emite um som contínuo, quase inaudível. Na pintura de Esther Bonder, a natureza dança”. 

SOBRE ESTHER BONDER

Esther Bonder é artista visual, brasileira, carioca, formada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Santa Úrsula no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. A artista, também paisagista, transpõe seu trabalho de arranjos e jardins para as telas criando paisagens imaginárias com cores surpreendentes e vibrantes. Suas esculturas feitas de matéria orgânica ou telas metálicas acompanham as pinturas em ritmo, forma e cor, e são um transbordamento da sua pesquisa pictórica. No início dos anos 1980, trabalhou com Roberto Burle Marx, paisagista e pintor reconhecido internacionalmente, e foi profundamente influenciada por esse convívio. Estudou na EAV Parque Lage com Charles Watson, Fernando Cochiarale e Anna Bella Geiger, frequentou o ateliê de Katie Van Scherpenberg, de Lilia Sampaio e de Fayga Ostrower.

Exposições Individuais

2023 – “A Vida Sensível”, curadoria de Ana Carolina Ralston, Centro Cultural dos Correios de São Paulo; 2022 – “Ni Yushibu, um diálogo com a obra do povo Mahku”, curadoria de Ana Carolina Ralston, Galeria Ibirapitinga; “Luz do Sol”, curadoria Dudu Garcia, no Centro Cultural dos Correios de Niterói; “Sentidos”, curadoria de Patricia Toscano, Centro Cultural dos Correios do Rio de Janeiro; 2021 – “Bodas de Eva”, texto da Anna Bella Geiger, Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Rio de Janeiro; 2020 – “Quietudes”, curadoria de Fernando Cocchiarale, Centro Cultural Midrash, Rio de Janeiro.

 Serviço: Exposição “Esther Bonder – Sob a luz de outros sóis”

Anita Schwartz Galeria de Arte [Segundo Andar], Rio 

Abertura: 23 de agosto de 2023, das 19h às 21h

Até 21 de outubro de 2023

Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea, 22470-100, Rio de Janeiro

Telefones: 21.2274.3873 | 2540.6446 | 99603-0435 (whatsapp)

Segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados das 12h às 18h

Entrada gratuita

www.anitaschwartz.com.br