MÚSICA
Por Renan Simões
Quem me conhece sabe muito bem como não sou afeito a quase nada do rock básico padrão: o rock’n’roll clássico, hard rock, glam rock, metal clássico, e por aí vai. Entretanto, ainda que esta não seja a minha praia, ouso afirmar que o melhor disco de hard, glam e blues rock é nacional: Fruto proibido (1975), de Rita Lee & Tutti Frutti. Rita Lee é acompanhada por uma banda radiosa que conta com Luis Sérgio Carlini, Lee Marcucci, Franklin Paolillo e Guilherme Bueno. Em cada segundo do registro, há muita pegada musical e criatividade de expressão.
Em Dançar pra não dançar (composição de Rita Lee), a artista consegue conciliar elementos bem rasos do glam rock com outros extremamente relevantes, dando maior sentido e qualidade aos primeiros. Em Agora só falta você (de Luis Sérgio Carlini e Rita), cada detalhe do arranjo e das expressões individuais dos músicos são grandes achados; está é uma das grandes canções do rock. O blues modernizado de Cartão postal (Rita e Paulo Coelho) é muito bem sucedido, mas é na curta faixa-título (de Rita) que temos outra obra-prima, na qual tudo é perfeito.
A irreverente Esse tal de Roque Enrow (outra parceria entre Rita e Coelho), é um relevante hino rockeiro; a dupla também assina a interessante O toque. Infelizmente, as coisas ficam desinteressantes em Pirataria e Luz del fuego, os momentos dispensáveis do registro, do ponto de vista musical, ainda que a segunda tenha uma letra bastante relevante. Ao final, após tantas surpresas musicais, somos presenteados com o cântico eterno de Ovelha negra.
Rita Lee & Tutti Frutti, Fruto Proibido, a perfeita expressão artística em rock! Ouça, desfrute, reflita, repasse: