Lendo o livro “Novos Renascimentos: Impactos da Tecnologia na Transformação Completa da Sociedade”, do Prof. Dr. Antônio M Alberti, do Instituto Nacional de Tecnologia – INATEL, deparo-me na seção 10.2, com o parágrafo abaixo, que compara o aprendizado da IAG com o da IA:
Ao invés de extensivamente treinadas (IA) com um conjunto de entrada de testes, as IAGs devem ser educadas. Ou seja, devem ser capazes de utilizar aprendizados anteriores para novos problemas. Como faz uma criança. No futuro, a educação de máquinas será muito mais importante do que o treinamento, argumenta ele (Bem Goertzel). Assim IAGs poderiam a princípio aprender sobre qualquer coisa. Creio que esse é um requisito fundamental para avançarmos em IA.
Tá bom Sérgio… e o brownie com essa encrenca?
Sempre arrumo problema quando faço os seguintes questionamentos: qual o modelo de sociedade iremos terceirizar para as IAs? Qual o modelo de gente?
Hoje, ao contrário do que coloca Goertzel, educar como a uma criança. Alguns “pensadores”, da ultradireita, fascistas, defendem que nossas crianças tenham aula de como fazer “brownies” à aulas de Filosofia, Biologia, Química, História, Artes, Ed. Física e outros absurdos. Como o famoso “Novo Ensino Médio – NEM”, aplicado em alguns estados do Brasil, como em São Paulo.
Os seja, muitos dos que defendem as IAs, pensam unicamente em seus lucros, e não no desenvolvimento das sociedades a partir das IAs. Pensam para as crianças uma pedagogia diferenciada daquela que propõe Goertzel para a máquina que, sem forçar muito, é freiriana (P. Freire). Ensinar as máquinas o “exercício da escuta” para que se eduquem/reeduquem, a partir de seus “territórios”, no caso dos ensinamentos que servirão de base para a transformação de seus conhecimentos. É mais ou menos o que Keynes pensava sobre o economista mestre:
- Ter algum conhecimento de Matemática, Filosofia, Política e ser um estadista;
- Tocar o abstrato e o concreto em um mesmo voo de pensamento;
- Saber traduzir símbolos em palavras. Hoje, o que temos depois da segmentação dos saberes, são economistas que não conseguem ligar o sujeito ao predicado, e sequer fazem “brownie”.
O sistema fragmentou os saberes, separou os que se complementavam, fazendo valer para o conhecimento a mesma máxima do poder, dividir para governar. A discussão hoje é acabar com o mundo do “ou”, transformando-o no mundo do “e”, como bem coloca Alberti, a inclusão, a transversalidade. E se realmente queremos um país, uma sociedade avançada, pensante, sem abandonar os estudos e os avanços atuais, devemos refazer o nosso modelo de produção do conhecimento. Rever nossos currículos nas três esferas do aprendizado: Fundamental, Médio e Superior. Talvez assim, poderemos amenizar a grande falta de profissionais que atendam as atuais e futuras demandas, bem como saber como agir de maneira a não tornar párias a maioria da população. Dar uma no cravo e outra na ferradura. Hoje, a tônica é só dar no cravo.