MÚSICA

Por Renan Simões

 

Flávio Venturini já teria entrado para a história por sua lendária participação nos melhores momentos da banda O Terço e pela fundação do 14 Bis, com o qual já tinha realizado ótimos registros. Entretanto, no início dos anos 80, paralelo às suas atividades com o 14 Bis, Venturini se lançou como artista solo, com o nostálgico Nascente, de 1981. Os músicos participantes do álbum integram um todo orgânico, como se suas expressões emanassem de um único indivíduo.

Princesa, de Venturini e Ronaldo Bastos, é um grande momento da música pop de qualidade dos anos 80; após esta, há a declaração de Pensando em você, de Venturini e Kimura, com cativante arranjo de cordas de Vermelho. A encantadora instrumental Jardim das delícias retrata o apogeu do artista neste campo. Depois da graciosa Fascinação, de Venturini e Marcelo Alkmim, arranjada por Claudia Cimbleris, temos o momento banal do álbum: uma parceria não muito bem sucedida com Milton Nascimento em Qualquer coisa a haver com o paraíso e na complexidade rasa de Noites de junho.

O lado B, que inaugura com a interessante Espanhola, de Venturini e Guarabyra, nos apresenta três esplêndidas composições de Venturini e Murilo Antunes: Chama no coração, Alice e Nascente – esta última, uma obra-prima que já havia sido gravada por Beto Guedes. Há ainda espaço para a estupenda Teu olhar meus olhos, de Venturini, Zé Eduardo e Paulo Oliveira, e Fantasia, outro presente instrumental de Venturini.

 

Flávio Venturini, Nascente, raios nostálgicos que iluminam uma época rasa da música nacional! Ouça, desfrute, reflita, repasse: