Convocados por movimentos separatistas, catalães protestam contra mudança no modelo do referendo de independência, considerado inconstitucional pela Justiça espanhola.
Mais de cem mil pessoas foram às ruas de Barcelona neste domingo (19/10) exigir do presidente do governo autônomo da Catalunha, Artur Mas, a realização de eleições regionais parlamentares dentro dos próximos três meses. Convocada por associações separatistas, a multidão protestou contra a mudança no modelo do referendo de independência marcado para o dia 9 de novembro próximo.
Pressionado pela Justiça espanhola, que considerou o referendo inconstitucional, Artur Mas anunciou há apenas seis dias sua substituição por uma consulta popular, sem caráter vinculativo, que funcionará apenas como uma sondagem da opinião dos catalães sobre o futuro político da região.
Com a antecipação das eleições, os partidos que defendem a separação da região do norte da Espanha pretendem eleger candidatos que aumentarão a pressão pela independência da Catalunha no Parlamento.
“Esta não é a consulta que queríamos, nem a que nos disseram que haveria. Queremos fazer do dia 9 de novembro uma mobilização para denunciar o retrocesso democrático do Estado espanhol”, declarou Carme Forcadell, presidente da Assembleia Nacional da Catalunha (ANC), principal força por trás das manifestações que ocorrem há quase três anos em favor da independência da região.
Segundo o governo catalão, o referendo de 9 de novembro será realizado sob um modelo de “participação cidadã”. Haverá urnas de votação e as mesmas perguntas nas cédulas: “Quer que a Catalunha se converta num Estado?” e, em caso afirmativo, “Quer que esse Estado seja independente?”
“Não se pode negociar com o Estado espanhol se não for de igual para igual, por isso é importante obter mandato democrático através das urnas para se obter a independência”, afirmou Oriol Junqueras, líder da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), um dos partidos separatistas que apoiam o referendo inicial. O ERC é parceiro de coligação do Convergência e União (CiU), de Artur Mas.
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