Por meio de comunicado em sua página de internet, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia anunciaram um cessar-fogo unilateral com vista ao segundo turno das eleições presidenciais no país.
Os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram neste sábado um cessar-fogo unilateral de três semanas devido ao segundo turno das eleições presidenciais na Colômbia, gesto que poderá favorecer a reeleição do presidente Juan Manuel Santos.
Em carta dirigida ao candidato da oposição, Oscar Iván Zuluaga, as Farc informaram que o cessar-fogo terá início na segunda-feira (09/06) e deverá se prolongar até o dia 30 de junho. O pequeno grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN) ainda não se juntou à iniciativa.
Ambos as forças rebeldes já haviam declarado cessar-fogo de 14 dias, em consideração ao primeiro turno das eleições presidenciais, em 25 de maio. O segundo turno está marcado para 15 de junho.
Avanços e eleições
Desde outubro de 2012, as Farc vêm negociando um acordo de paz com o governo do presidente colombiano Juan Manuel Santos em Havana. Seu adversário, o conservador Zuluaga, rejeita as negociações de paz com os rebeldes. “O ódio constitui o pior dos conselheiros”, escreveram as Farc em resposta ao candidato oposicionista à presidência.
Pouco antes do anúncio de cessar-fogo, a guerrilha das Farc e o governo colombiano haviam anunciado um novo avanço nas negociações de paz. Em comunicado conjunto, ambas as partes assumiram, pela primeira vez, a responsabilidade pelas vítimas do conflito, que já dura meio século e que custou centenas de milhares de vidas.
As eleições presidenciais na Colômbia são consideradas decisivas para o futuro do processo de paz. Santos defende uma continuação do diálogo, que se tornou prioridade de seu governo. Zuluaga, por sua vez, condiciona o prolongamento das negociações a diversas concessões que as Farc já rejeitaram.
As pesquisas eleitorais apontam um empate entre o presidente Santos e o ex-ministro das Finanças Zuluaga. Ambos os candidatos pertencem ao bloco conservador e defendem um curso econômico liberal.