ARTES VISUAIS

Por CWeA Comunicação 

 

Pinakotheke dedica seu espaço na ArPa à artista Maria Polo (1937-1983)

O estande solo reunirá aproximadamente quinze obras criadas nos anos 1960 e 1970, período em que a artista italiana radicada no Brasil foi um dos nomes mais marcantes da abstração informal no país. Nascida em Veneza em 1937, Maria Polo se mudou para São Paulo em 1959, convidada por Pietro Maria Bardi, então diretor do MASP, para preparar sua exposição individual no Museu, no ano seguinte.

Pinakotheke Cultural Estande D7, Setor Principal, ArPa

26 a 30 de junho de 2024

Mercado Livre Arena Pacaembu, São Paulo.

A Pinakotheke tem a alegria de apresentar na feira ArPa – feira de arte contemporânea no  Mercado Livre Arena Pacaembu, São Paulo, de 26 a 30 de junho – um estande solo, dedicado à obra de Maria Polo (1937-1983), com aproximadamente quinze trabalhos emblemáticos da artista dos anos 1960 e 1970, período em que foi um dos nomes mais marcantes da abstração informal no Brasil. Na ArPa, a Pinakotheke estará no Estande D7, no Setor Principal.

Nascida em Veneza, Itália, em 1937, Maria Polo se mudou para São Paulo em 1959, convidada por Pietro Maria Bardi, então diretor do MASP, para preparar sua exposição individual no Museu, no ano seguinte, sua primeira individual no Brasil, quando escreveu sobre ela: “A pintura de Maria Polo é violenta e ao mesmo tempo grave, lança-se na aventura aforista das formas, compõe as manchas, juntando cores berrantes, gritando. É uma tímida com fogo por dentro. Os inúmeros críticos que dela falaram não descobriram que é uma mediterrânea: as cores vem do sol do Adriático que ilumina o imenso ungarettiano, mas através de um módulo pacato e harmônico. Maria Polo, por vezes mistura as luzes de sua terra com os trópicos, e deste conúbio saem as novidades colorísticas das mais estranhas e curiosas (Gauguin, fundindo os climas da Bretanha com os de Taiti, encontrou as suas soluções de cor)”.

Com estética própria, Maria Polo faleceu precocemente, no ápice de sua carreira. O físico, matemático e crítico de arte Mário Schenberg (1914-1990) escreveu sobre ela em 1969: “Em sua pintura, processava-se uma luta entre o naturalismo construtivista de sua formação italiana com o lirismo e a fantasia musical de sua personalidade. Nas paisagens pernambucanas, pintadas pouco depois de sua vinda para o Brasil, já se podia constatar que o impacto poderoso do cromatismo e da luz nordestinos haviam auxiliado a artista a afirmar suas tendências mais profundas, abalando a disciplina construtiva e o objetivismo naturalista de sua formação. A assimilação das experiências do expressionismo abstrato e do informalismo vieram, posteriormente, reforçar a manifestação do lirismo e da dramaticidade inerentes à personalidade de Maria Polo. No começo de 1965, a pintura abstratizante, de tendência expressionista caligráfica, solidamente construída, de Maria Polo atingiu ao seu nível mais alto. Realizou então telas soberbas, que lhe deram uma posição eminente no movimento artístico brasileiro. Poder-se-ia esperar uma pausa no desenvolvimento de Maria. Muito ao contrário, insatisfeita com os resultados obtidos, mas encorajada pelo que alcançara, iria iniciar uma fase de transformações radicais de sua arte. A última etapa do caminho de Maria Polo representa indiscutivelmente uma afirmação mais nítida de sua personalidade, numa libertação mais essencial dos condicionamentos objetivistas e estruturalistas de sua formação europeia. Paradoxalmente assim se aproximou mais do verdadeiro espírito da grande pintura de sua Veneza natal, tão cromaticamente musical e tão aberta para a fantasia e o sonho”.

SOBRE MARIA POLO

Pintora, desenhista, gravadora e vitralista a artista italiana Maria Polo nasceu em Veneza em 1937. Estuda no Instituto de Arte de Veneza, entre 1949 e 1955. Quatro anos depois, vem para o Brasil, fixando residência em São Paulo, onde inicia os trabalhos para realizar uma mostra individual, a convite de Pietro Maria Bardi.  Em 1961 se estabelece no Rio de Janeiro, e na década se destacam as exposições, individuais e coletivas: “Contribuição da Mulher às Artes Plásticas no País”; 10º Salão Paulista de Arte Moderna; 18ª Salão Paranaense de Belas Artes; 7ª, 8ª, 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1963/1965/1967) e 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas, conhecida como a Bienal da Bahia, em 1966, em Salvador. Na década de 1970, começa a trabalhar com azulejos e execução de vitrais. Participa do 2º Panorama de Arte atual Brasileira (1970); 25 Pinturas do Acervo do MAM SP (1970); Bienal Nacional (1976). Faleceu no Rio de Janeiro em 1983.

Dentre as exposições coletivas póstumas estão: “A caminho de Niterói: Coleção João Sattamini”, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, em 1992, e “Acervo de Assis Chateaubriand”, em Campina Grande, na Paraíba, em 1993. Nos anos 2000: em 2003, de Arte Brasileira no Acervo do MAP; em 2004, “Gesto e Expressão: o Abstracionismo informal nas coleções JP Morgan, Chase e MAM; em 2006, “Arte Moderna em contexto: Coleção ABNN AMRO Real”. Em 2018, sua obra foi vista em “Oito décadas de Abstração Informal 1940/1920”, na Casa Roberto Marinho, no Rio de Janeiro; e “Artistas Mulheres: tensões e reminiscências”, na Pinacoteca Rubem Berta, Porto Alegre.

“Constelação Clarice”, exposição no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro, em 2021, celebrou a escritora Clarice Lispector, que nutria grande interesse pelas artes visuais. Os curadores Eucanaã Ferraz e Veronica Stigger organizaram onze núcleos com obras criadas por 26 artistas visuais atuantes entre as décadas de 1940 e 1970, entre elas, Maria Polo.

A 24ª Bienal de Veneza – “Stranieri Ovunque/Foreigners Everywhere” (“Estrangeiros em todos os lugares”), em cartaz até 24 de novembro de 2024 – tem uma obra de Maria Polo. O curador Adriano Pedrosa selecionou trabalhos de 30 artistas brasileiros, entre indígenas, naturalizados, ícones do movimento modernista nacional, além dos que tiveram reconhecimento tardio, e nomes contemporâneos.

Serviço: Exposição “Maria Polo”

Pinakotheke na ArPa – Estande D7, no Setor Principal

Mercado Livre Arena Pacaembu, São Paulo.

27, 28 e 29 de junho de 2024: das 13h às 21h

30 de junho de 2024: das 11h às 19h

Ingressos: https://q2ingressos.com.br/events/arpa-made-2024-27-06-2024-30-06-2024-mercado-livre29052024052648