O colonialismo é um processo muito mais extenso do que os cerca de cinco séculos em que a história tradicional situa esse período. Depois da onda das independências nacionais, a partir da qual se foi configurando o mapa atual dos Estados-Nação, as antigas potências colonialistas mudaram de estratégia, instalando formas mais subtis de dominação que permitem continuar a exploração das antigas colónias e não modificam o esquema de supremacismo cultural instalado.
Por outro lado, persistiram nas sociedades colonizadas diferentes formas de segregação e de desigualdade derivadas de anteriores ciclos de violência imperialista. Isto é evidente mesmo nas sociedades economicamente mais fortes, e reflete-se nas condições de vida das minorias migrantes e dos seus descendentes, que agora são também nativos.
Pode portanto dizer-se que o colonialismo foi ultrapassado? Trata-se de esquecer, de falsificar a memória, ou antes de tentar reparar em profundidade a violência multidimensional causada pelo colonialismo?
Quais são hoje as tendências que contribuem para deixar para trás as práticas neocoloniais? O que favorece o diálogo, a convergência e a colaboração entre culturas? Os atuais quadros geopolíticos e de relações internacionais são propícios à aproximação ou ao prolongamento do status quo anterior?
Que caminhos podem conduzir à reconciliação entre nações e culturas? O que é necessário reforçar no interior dos homens para passarmos de relações de dominação a relações de cooperação? O que pode cada indivíduo fazer para contribuir para a autodeterminação e a solidariedade entre coletividades e povos?
Para responder a estas e outras questões, na continuidade de uma série de encontros virtuais, o Foro Humanista Mundial está a promover a realização da sua segunda sessão de Diálogos, sob o título “O colonialismo é coisa do passado?”
Esses Diálogos, de carácter virtual e aberto, terão lugar no domingo, dia 7 de Julho (10h República Dominicana e Nova Iorque (EUA); 11h Argentina; 15h Angola; 16h Moçambique, 17h Palestina; 19h30 Índia), e contarão com a presença da investigadora dominicana de origem africana Maali Kentake e de Florbella Malaquías, deputada nacional do Partido Humanista de Angola.
As intervenções introdutórias serão seguidas de um diálogo aberto e participativo.
O debate decorrerá em português e inglês, com interpretação simultânea para francês e espanhol. Para participar no mesmo, o link de registo é este: https://us02web.zoom.us/j/89284204542?pwd=83qDYst5F8W3s8IayeNFjBoHnfHRb3.1
Com estes Encontros, o Foro Humanista Mundial pretende incentivar coletividades e organizações a se aproximarem mais umas das outras, promover um debate sem preconceitos sobre os rumos a tomar, reforçar os fatores de mudança e juntar esforços para vencer as resistências retrógradas. Em suma, ultrapassar as fronteiras do possível em direção a uma realidade diferente.
O Foro Humanista Mundial
O Foro Humanista Mundial pretende ser um instrumento permanente de informação, de intercâmbio de ideias e de ação conjunta entre coletivos e pessoas de diferentes culturas de todo o mundo.
O seu principal objetivo é desenvolver uma compreensão clara dos importantes desafios que a humanidade enfrenta e encontrar as melhores formas práticas de ação comum.
O primeiro Foro Humanista teve lugar em Moscovo no ano de 1993 e, desde então, realizaram-se vários encontros presenciais na América Latina, Europa, África, América do Norte e Ásia, assumindo o Foro uma forma híbrida de ação e contato permanente, combinando atividades virtuais e presenciais.
Os promotores da iniciativa afirmam que é de vital importância superar a fragmentação e incentivar o diálogo com as novas gerações, sedentas de horizontes futuros.
Ao mesmo tempo, o Foro pretende servir de caixa de ressonância para promover e reforçar o desenvolvimento de novas propostas de organização social que substituam as asfixiantes estruturas atuais.
Contato por -emai do Foro Humanista Mundial: worldhumanistforum@disroot.org