ARTES VISUAIS

Por CWeA Comunicação

 

O curador Theo Monteiro selecionou trabalhos de doze artistas, que discutem questões ligadas à cidade do Rio de Janeiro, como a paisagem, lazer, violência, sexualidade, o sagrado, em toda a complexidade que envolve esta metrópole que “desempenha papel decisivo na formação cultural e política do país”.

 

Meu nome é Ismael Silva.                                                                                                   

Nasci em Jurujuba, em Niterói, e fui para o Rio, 

essa cidade sempre maravilhosa, aos três anos de idade.                                                                                                  

Fundei a primeira escola de samba,

no bairro do Estácio de Sá, e                                                                                          

pelo tempo venho fazendo minha música.

Eu espero que você gostem.”                                                               

Ismael Silva, em “Antonico”.

 

Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de apresentar, no dia 29 de fevereiro de 2024, das 18h às 21h, a exposição “Essa cidade ‘sempre’ maravilhosa”, com trabalhos de doze artistas selecionados pelo curador Theo Monteiro

O título da exposição é retirado da apresentação que o grande compositor Ismael Silva (1905-1978) fez antes de cantar seu clássico “Antonico”, no disco “Se você jurar”, de 1973.

“A proposta aqui é justamente a de mergulhar na vertiginosa complexidade do Rio de Janeiro contemporâneo, cidade que desempenha papel decisivo na formação cultural e política do país. E esse mergulho se dá, justamente, através da produção de doze artistas contemporâneos. Boa parte deles cariocas. Quase todos brasileiros. As exceções acabam por nos mostrar que o alcance das situações e questões vividas pelo Rio de Janeiro já transcende os limites do município, se fazendo presente também em outras regiões do Brasil e alimentando o imaginário estrangeiro”, explica o curador.    

Os artistas participantes da exposição são: Alberto Baraya (1968, Bogotá), Ana Hortides (1989, Rio de Janeiro), André Griffo (1979, Barra Mansa; vive no Rio de Janeiro), Arthur Chaves (1986, Rio de Janeiro), Celo Moreira (1986, Rio de Janeiro), Elian Almeida (1994, Rio de Janeiro), Jaime Lauriano (1985, São Paulo), Marcos Chaves (1961, Rio de Janeiro), Priscila Rooxo (2001, Rio de Janeiro), Raul Mourão (1967, Rio de Janeiro), Vik Muniz (1961, São Paulo; vive e trabalha no Rio de Janeiro e em Nova York), Yohana Oizumi (1989, Rubiataba, Goiás; vive e trabalha em São Paulo).

No térreo da Nara Roesler Rio de Janeiro, estão os trabalhos que “dialogam diretamente com questões de natureza mais cotidiana”, diz Theo Monteiro. “Se fazer presente em uma cidade espremida entre mares, morros e mares de morros requer capacidade humana, técnica, trabalho e estratégia. Paisagens idílicas convivem ao lado de elementos como violência, sexualidade, arquitetura, lazer, propaganda, cultura de massa, histórias e memórias”, observa. “Falamos de uma urbe que conjuga uma natureza de aparência intocada com a agitação característica de uma metrópole latino-americana. E existe todo um universo no meio e por causa disso”. 

As obras neste espaço são:

  • “Dinheiro Vivo: Praia Rodrigues, a partir de Johann Moritz Rugendas” (2022), impressão jato de tinta em papel archival, 100,5 x 133 cm, de Vik Muniz
  • “4 garrafas” (2017), aço 1020 com resina sintética e garrafas de vidro, 46 x 44 x 44 cm, e “BangBang # 1” (2017), vídeo digital e faixa estéreo, 5’38” (looping)  de Raul Mourão;
  • “A mãe tá on” (2023), impressão a jato de tinta sobre taça de gim de vidro, 10 x 10 cm, e “Geografia popular” (2024), acrílica sobre tela, 140 x 200 x 6 cm, de Priscila Rooxo;
  • “Fofuras”, da série “Sabor brasileiro” (2024), tinta acrílica e PVA sobre tecido algodão cru, 121 x 104 cm, de Celo Moreira;
  • “Cortina vermelho na com criaturinha” (2022), cimento, pigmento e resina acrílica sobre tela, concreto e cerâmica, 310 x 170 x 46 cm, “Caquinhos (rodapé)”, de2022, concreto e cerâmica, 8 x 90 x 12 cm, e “Retrato” (2023),cimento, pigmento e resina acrílica sobre tela, 50 x 30 x 2,5 cm, todas da série “Casa 15”, de Ana Hortides; e
  • Pedras portuguesas #16 (Valongo)”, de 2023, de Jayme Lauriano.

No piso superior, “afloram os temas ligados ao espírito, aqueles que só a lógica, a sociologia e o intelecto não dão conta de explicar”. “Em uma cidade onde a vida se faz veemente, só o cotidiano não dá conta. E aí entram o metafísico, o onírico, o sagrado e o celestial”, assinala. “A religião, por exemplo, e seus desdobramentos, afinal, falamos de uma metrópole em que a fé é um destacado agente social e político, mas não somente. Também o futebol (o que é o Maracanã senão um grande templo devotado ao nobre esporte bretão?), o carnaval e a ficção dão as caras por aqui, mostrando uma cidade cujo imaginário se enraiza não só geograficamente, mas também nas almas”, afirma Theo Monteiro.

Asobras expostas neste andar são:

  • “Deus talvez seja meu ditador favorito” (2023), tinta óleo e folha de ouro sobre compensado naval, 228 x 150 x 5 cm, de André Griffo;
    • “Ismael Silva (Casa Vogue)”, 2024, tinta acrílica e óleo sobre tela, 125 x 157 cm, de Elian Almeida;
    • “Verbo”, da série “Picados” (2023), tachinhas de metal e pigmento sobre cera de abelha, 30 x 25 x 5 cm (cada), de Yohana Oizumi;
  • “Águia-pescadora en playa vermelha, en Pan de Azúcar, Rio de Janeiro” (2018), tinta óleo sobre tela, 60 x 80 x 4,5 cm, “Caballo (Equus ferus caballus) en Lagoa” (2018), tinta óleo sobre linho, 30,5 x 40 cm, e “Hipopotamo en Copacabana: Expedición Rio de Janeiro” (2018), tinta óleo sobre tela, 30 x 40 cm, de Alberto Baraya; e
  • “Maracanã” (2016), mídia digital, 4’24” (looping), de Marcos Chaves.

Theo Monteiro observa que Ismael Silva, em sua introdução à canção “Antonico”, “se apresenta como um forasteiro”. “Não só isso: em sua fala, se percebe um tom algo irônico. Ao mesmo tempo em que adjetiva o Rio como ‘essa cidade sempre maravilhosa’, pode-se depreender, pelo tom usado, que a coisa não é tão simples assim. Existem mais coisas entre a Praia de Jurujuba e o Cristo Redentor do que sonha a nossa vã filosofia”. 

SOBRE THEO MONTEIRO

Mestre em História da Arte pela Universidade de São Paulo, Theo Monteiro é curador e professor de História da Arte, com ênfase em arte brasileira e latino-americana. Foi curador-assistente no Instituto Tomie Ohtake entre 2016 e 2020, e desde 2022 é pesquisador e liaison na Nara Roesler.

SOBRE NARA ROESLER 

Nara Roesler é uma das principais galerias de arte contemporânea do Brasil, representa artistas brasileiros e latino-americanos influentes da década de 1950, além de importantes artistas estabelecidos e em início de carreira que dialogam com as tendências inauguradas por essas figuras históricas. Fundada em 1989 por Nara Roesler, a galeria fomenta a inovação curatorial consistentemente, sempre mantendo os mais altos padrões de qualidade em suas produções artísticas. Para tanto, desenvolveu um programa de exposições seleto e rigoroso, em estreita colaboração com seus artistas; implantou e manteve o programa Roesler Hotel, uma plataforma de projetos curatoriais; e apoiou seus artistas continuamente, para além do espaço da galeria, trabalhando em parceria com instituições e curadores em exposições externas. A galeria duplicou seu espaço expositivo em São Paulo em 2012 e inaugurou novos espaços no Rio de Janeiro, em 2014, e em Nova York, em 2015, dando continuidade à sua missão de proporcionar a melhor plataforma possível para que seus artistas possam expor seus trabalhos.

 

 

Serviço: Exposição “Essa cidade ‘sempre’ maravilhosa”

Abertura: 29 de fevereiro de 2024, das 18h às 21h

Até: 6 de abril de 2024

Entrada gratuita

Nara Roesler, Ipanema, Rio de Janeiro

Rua Redentor, 241, Ipanema, Rio de Janeiro, CEP 22421-030
Segunda a sexta, das 10h às 19h
Sábado, das 11h às 15h

Telefone: 21 3591 0052
info@nararoesler.art

Comunicação: Paula Plee – com.sp@nararoesler.com

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