CULTURA
Por Joyce Enzler
Na quarta, 29 de novembro, das 10 às 17h, o pátio da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) será o local de encontro das diversas formas de expressão da Cultura Negra: Jongo, Samba, Reggae, gastronomia, moda e religiosidade. A 1ª Feira Preta é uma construção do Grupo de Trabalho Diversidade e Equidade e da Comissão de Heteroidentificação da ENSP, com a participação do Serviço de Gestão do Trabalho (SGT/ENSP), Serviço de Gestão da Sustentabilidade, Coordenação de Comunicação Institucional da ENSP. A atividade conta com o apoio do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça e da Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas da Fiocruz (Cedipa).
Segundo a pesquisadora do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA/ENSP), representante da ENSP no Comitê Fiocruz Pró-Equidade de Gênero e Raça e integrante da Comissão de Heteroidentificação da Escola, Maria José Salles, a ideia da criação da Feira surgiu das Rodas de Conversa Resistindo para existir, realizada no Julho das Pretas, e Políticas de Equidade Racial, produzida na comemoração do aniversário da ENSP, em setembro. “O objetivo é a conexão com os trabalhadores negros da Fiocruz, principalmente, com aqueles que estão ausentes de qualquer debate”, pontuou.
Para a trabalhadora do SGT/ENSP e integrante do GT Diversidade e Equidade da ENSP e da Comissão de Heteroidentificação de Estágio da Fiocruz, Camilla Teixeira, o intuito do primeiro encontro, no Julho das Pretas, era conhecer essas trabalhadoras, suas histórias e criar um espaço de identificação e acolhimento. “A Feira vai ser uma forma da gente se conectar com essas pessoas, celebrar, mostrar um pouco da nossa Cultura. Teremos música, culinária e conversas sobre a temática racial”, comentou. Mas de acordo com Camilla, além de se informar e discutir as pautas de combate ao racismo, é essencial comemorar as conquistas na luta pela igualdade racial.
“Percebemos, nessas rodas, a necessidade de fomentar a cultura étnico-racial e o resgate da cultura africana na instituição”, destacou a trabalhadora da Cedipa e integrante do Coletivo Negro da Fiocruz, Luciane Vicente. De acordo com Luciane, a Fátima Santos , coordenadora do programa Livro em Movimento, também participou da atividade Julho das Pretas e constatou que não havia livros de autoras negras para a distribuição, então resolveu fazer uma campanha para atrair doações de livros de escritoras negras. Para Luciane, o objetivo da Feira Preta é atingir a comunidade negra e não negra da Fiocruz, porque “Todos precisam ser aliados na luta antirracista e combater o racismo estrutural em nossa sociedade. Valorizar a arte e cultura afro pode ser um dos caminhos”, ressaltou.