TEATRO
Por Marrom Glacê
Completando 13 anos de trabalhos ininterruptos, Multifoco Companhia de Teatro realiza temporada gratuita de espetáculos no Teatro Firjan Sesi Jacarepaguá e Arena Jovelina Pérola Negra
Além de apresentar quatro espetáculos de seu repertório, a cia realiza ainda oficinas artísticas, mantendo seu propósito de aliar educação e arte.
Se viver da arte é um desafio conhecido, imagina manter uma companhia de teatro sem patrocínio ao longo de 13 anos. Pois este é o tempo que a Multifoco Companhia de Teatro vem cumprindo bem essa missão. E a companhia carioca formada por 10 artistas, fora os mais de 10 colaboradores e parceiros de cada projeto, comemora seu aniversário da melhor forma: levando teatro de graça a um público diverso. Nesta celebração, ocorre a 2ª edição da Circulação Multifoco com as Escolas, onde a Cia realiza a Mostra de Repertório – 13 anos em Companhia, com a apresentação gratuita de quatro espetáculos e oficinas criativas para o grande público e alunos de escolas públicas da periferia carioca no Teatro Firjan Sesi Jacarepaguá (Outubro) e Arena Carioca Jovelina Pérola Negra (Novembro). O presente se desembrulha graças à Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, via Secretaria Municipal de Cultura, por meio do edital de Fomento à Cultura Carioca (FOCA).
Na programação do repertório estão as peças “Crônicas para uma cidade ou um amanhecer abortado”; “A palavra progresso na boca da minha mãe soava terrivelmente falsa”; “Migraaaantes” e “FJALLA: segunda parte, o vulcão” – sendo esta última a montagem mais recente da companhia. Com o desejo de ampliar o alcance das suas ações a partir do contato com as escolas públicas, as peças abarcarão um público diverso, incluindo apresentações direcionadas para estudantes da rede pública de ensino. As escolas convidadas para as sessões terão disponibilizados lanche e ônibus fretados para transportar os estudantes aos locais de apresentação, além de visitas prévias, em que artistas provocarão os estudantes a pensar sobre suas próprias relações com cultura, arte, entretenimento e os contextos das peças que serão apresentadas. Cerca de 480 estudantes devem ser contemplados com as ações desta circulação. Todas as atividades serão registradas e darão origem a um documentário.
“Eleger os jovens da rede pública de ensino como nosso público alvo é apostar firme e com convicção na importância efetiva de projetos que pensem, se engajem e se mobilizem na formação de plateia como objeto fundamental. Esse projeto é o nosso meio de pôr em prática a nossa micropolítica, estimulando adolescentes a consumir cultura e a frequentar os equipamentos de cultura de seu próprio território. Utilizamos do financiamento público para contribuir para este movimento, ainda que em pequenos nichos. São três pontos da cidade, apenas, muito pouco diante das dimensões do Rio, mas já são seis se contarmos as ações da primeira edição do projeto, incluindo a Baixada Fluminense. Não somos os fazedores das políticas públicas, mas somos também agentes delas”, sintetiza Bárbara Abi-Rihan, atriz da companhia e instrutora das oficinas de acrobacia da circulação.
Enquanto companhia, a Multifoco compreende a importância dessa relação entre cultura e educação no processo pedagógico e de formação de plateia. A pretensão é constituir um contato próximo com esses estabelecimentos de ensino e colaborar com o processo de democratização e distribuição de bens culturais. Todas as apresentações serão acessíveis com intérprete de libras e notas introdutórias em áudio com descrição dos cenários, figurinos e elenco. “Este projeto permite uma conversa, uma aproximação entre as/os estudantes com as/os artistas, e para além, permite um reconhecimento de territórios. Após as apresentações haverá um bate papo com a equipe, porque o projeto propõe que elas/eles passeiem pela arena, descobrindo os bastidores de uma encenação, descobrindo como as/os artistas se preparam, descobrindo o fazer teatral, o trabalho. Quem sabe logo mais elas/eles estejam também lá, multiplicando conhecimentos e alargando seus territórios”, torce Viviane Pereira, atriz da companhia e coordenadora da articulação com as escolas.
Ao longo de 13 anos de companhia, conquistas e desafios apareceram, bem como viradas de perspectivas. Neste momento, a Multifoco se percebe engajada em estabelecer uma nova relação entre suas criações e a formação de novos públicos. “São 13 anos celebrando o trabalho de um coletivo de teatro, numa jornada de muitos aprendizados e parcerias significativas. Escolhemos estar juntes como um projeto de vida no teatro, pois provocar transformações nos mantém firmes no propósito de arte coletiva e colaborativa. Nosso principal desafio não é exclusivo, mas algo que assombra toda companhia independente no Rio de Janeiro, no Brasil: a ausência de investimentos robustos para dar conta de uma pesquisa contínua”, encerra Ricardo Rocha, diretor geral e artístico da Companhia.
SOBRE A COMPANHIA
Criada em 2010, a Multifoco Companhia de Teatro nasce da vontade de quatro artistas, oriundos da Escola de Teatro Martins Penna, de investigar formas híbridas de linguagens artísticas, aprofundando os debates sobre cultura, política e sociedade.
Este projeto que entendemos ser a Multifoco Companhia de Teatro se tornou um espaço para pensar, agregar e construir caminhos possíveis, através do teatro, da performance, da música, da acrobacia e da dança contemporânea – misturar tudo e entregar ao público uma experiência profunda com a cena. A Multifoco Produções Culturais consolida e profissionaliza esses desejos – desde 2013, a produtora é responsável direta pelas realizações da companhia.
Atualmente a companhia se dedica em ampliar suas ações, por meio de editais públicos, e acessar estudantes da rede pública de ensino, com circulação de seus espetáculos pela Zona Norte, Zona Oeste e Baixada Fluminense. No campo artístico, nos debruçamos em práticas de intercâmbio e processos de pesquisa compartilhados, numa constante inquietação para traçar outros modos de realização em coletivo.
@multifocociadeteatro
FICHA TÉCNICA DA CIRCULAÇÃO
Direção de Produção: Multifoco Produções Culturais
Produção Executiva: Clarissa Menezes e Fernanda Xavier
Assistência de Produção: Zéza
Coordenação Geral e Artística: Ricardo Rocha
Coordenação e Articulação com Escolas: Diogo Nunes e Viviane Pereira
Mediação Cultural nas Escolas: Bárbara Abi-Rihan, Camila Zampier, Diogo Nunes, Erick Tuller, Fábio Lacerda, Luan Vieira, Vinícius Mousinho e Viviane Pereira
Oficina de Acrobacia: Bárbara Abi-Rihan e Palu Felipe
Oficina de Teatro: Diogo Nunes e Ricardo Rocha
Oficina de Musicalização: Carol Futuro e Vinícius Mousinho
Preparação Corporal: Palu Felipe
Preparação Vocal e Canto: Carol Futuro
Intérprete de Libras: Claudia Chelque
Consultoria nas Notas Introdutórias: Nara Monteiro
Captação de Apoios: RumoTaloá (Bruno Paiva e Carolina Taulois)
Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Comunicação (Bruno Morais e Gisele Machado)
Mídias Sociais: Viviane Dias
Audiovisual e Fotografias: Estúdio Códigos (Daniel Debortoli e Viviane Dias)
Programação Visual: Incerta Comunicação (Daniel Barboza e Nathália Alves)
SERVIÇO:
ONDE: Teatro Firjan SESI Jacarepaguá
ENDEREÇO: Av. Geremário Dantas, 940 – Freguesia – Jacarepaguá – Rio de Janeiro
ENTRADA GRATUITA
APRESENTAÇÕES:
“A PALAVRA PROGRESSO NA BOCA DA MINHA MÃE SOAVA TERRIVELMENTE FALSA”
19/10 (quinta-feira) – 19h
21/10 (sábado) – 20h
22/10 (domingo) – 18h
SINOPSE
A peça de 2018 aborda o desterro de uma família ao retornar para sua casa devastada pela guerra. Sem poder fazer o luto, uma mãe e um pai buscam nos escombros do que restou um motivo para continuarem. Segundo espetáculo do Projeto Matéi Visniec, o trabalho dialoga, também, com nossas guerras e disputas brasileiras.
FICHA TÉCNICA
Elenco: Bárbara Abi-Rihan, Camila Zampier, Diogo Nunes, Erick Tuller, Fábio Lacerda, Luan Vieira e Viviane Pereira
Texto: Matéi Visniec
Direção, Cenografia e Iluminação: Ricardo Rocha
Direção de Movimento: Palu Felipe
Direção Musical e Trilha Sonora: Vinícius Mousinho
Duração do espetáculo: 80 minutos
Classificação etária: 14 anos
“FJALLA: SEGUNDA PARTE, O VULCÃO”
28/10 (sábado) – 20h
29/10 (domingo) – 18h
SINOPSE
FJALLA aborda as pulsões de vida e as transformações movidas pelas erupções do desejo humano. Um fogo ancestral que cura, destrói e transforma, que modifica os territórios e alimenta novas perspectivas de futuro, mas também simboliza a força mais destrutiva da natureza, aquela que emerge das caldeiras rochosas do mundo, inspira violência e poesia.
FICHA TÉCNICA
Elenco: Bárbara Abi-Rihan, Palu Felipe e Vinícius Mousinho
Direção, Cenografia e Iluminação: Ricardo Rocha
Dramaturgia descritiva: Bárbara Abi-Rihan
Colaboração Dramatúrgica: Vinícius Mousinho
Consultoria em Dramaturgia Descritiva: Nara Monteiro
Direção Acrobática: Rafael Garrido
Direção Coreográfica: Rodrigo Gondim
Direção Musical: Vinícius Mousinho
Duração do espetáculo: 60 minutos
Classificação etária: 12 anos
NOVEMBRO
Arena Carioca Jovelina Pérola Negra
Endereço: Praça Ênio, s/n – Pavuna – Rio de Janeiro
ENTRADA GRATUITA
OFICINA – MUSICALIZAÇÃO
06/11 (segunda-feira) | Horário: 10h às 14h
“CRÔNICAS PARA UMA CIDADE OU UM AMANHECER ABORTADO”
07/11 (terça-feira) | Horário: 15h
“A PALAVRA PROGRESSO NA BOCA DA MINHA MÃE SOAVA TERRIVELMENTE FALSA”
08/11 (quarta-feira) | Horário: 15h
“MIGRAAAANTES”
09/11 (quinta-feira) | Horário: 15h
“FJALLA: SEGUNDA PARTE, O VULCÃO”
10/11 (sexta-feira) | Horário: 15h