ARTES VISUAIS
Por RoMa In Press
Exposição Cartografias de Augusta
homenageia legado da carnavalesca Maria Augusta Rodrigues no Sesc Madureira
O Sesc Madureira exibe, de 23 de setembro a 10 de dezembro, a Exposição Cartografias de Augusta. A mostra apresenta o acervo e o legado artístico da carnavalesca Maria Augusta Rodrigues, de 81 anos. A exposição presta uma homenagem ao itinerário da artista e a sua dedicação à maior festa popular do país. A carnavalesca é responsável por apresentações históricas do carnaval, como “Domingo” e “O Amanhã”, ambas na União da Ilha do Governador. Pelo Salgueiro, participou das comissões de carnaval que marcaram época durante as décadas de 1960 e 1970. Além do período da Revolução Salgueirense e da Ilha, Augusta teve passagens por Tradição, Paraíso do Tuiuti e Beija-Flor de Nilópolis. A curadoria é de Eduardo Gonçalves e Leonardo Antan e produção do coletivo Carnavalize. A mostra foi contemplada pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar.
“É muito importante lançar um olhar sobre a trajetória de Maria Augusta no Carnaval, trata-se de um nome pioneiro e responsável por inúmeras transformações. Além de ser um dos poucos nomes femininos entre os “grandes carnavalescos da festa”. Seu trabalho ficou marcado pela originalidade e sempre esteve à frente do seu tempo. Foram desfiles com temas inéditos, uma linguagem lúdica e formas arrojadas. O revisitar da sua obra na exposição ressalta a atualidade do seu legado, que segue influenciando jovens artistas”, destacam os curadores que fizeram uma vasta pesquisa no acervo da homenageada durante mais de três meses para selecionar as obras.
A exposição conta com desenhos, documentos, projetos e registros das produções da artista ao longo de sua carreira. A mostra visual também é composta por obras inéditas de outros integrantes das escolas de samba, demonstrando como o trabalho de Augusta ainda ressoa nas produções contemporâneas do carnaval. Além disso, a presença de artistas oriundos de outras linguagens simboliza um intercâmbio entre a cultura popular e elementos da cultura canônica. São alguns dos nomes da mostra: Alex de Souza, Jorge Silveira, Leandro Vieira, Mulambo, André Vargas, Penha Lima.
O projeto é realizado pelo Carnavalize, coletivo que valoriza os aspectos culturais e artísticos do carnaval brasileiro, incentivando o processo de resgate da história de uma das nossas mais importantes manifestações. Além de um trabalho realizado em diversas redes sociais e em site com ensaios e crônicas sobre a folia, o projeto atua como selo literário e produtor cultural. Ao longo dos últimos anos, realizou uma série de eventos, exposições, palestras, seminários, oficinas, intervenções urbanas e rodas de conversa sobre grandes personalidades e artistas da folia, além de promover discussões sobre os rumos e a memória das escolas de samba. A múltipla equipe idealizadora de curadoria e produção é integrada por Ana Elisa Lidizia, Alice da Palma, Débora Moraes, Eduardo Gonçalves, Felipe Tinoco, Jacqueline Melo, Leonardo Antan e Thomas Reis.
Ficha Técnica:
Curadoria: Eduardo Gonçalves e Leonardo Antan
Cocuradoria: Ana Elisa Lidizia e Alice da Palma
Assistência curatorial: Débora Moraes
Produção: Felipe Tinoco, Jacqueline Melo e Thomas Reis
Design: Rodrigo Cardoso
Carnavalize:
Carnavalize é um projeto multimídia que atua, desde 2016, valorizando os aspectos culturais e artísticos da folia brasileira. Realizou ao longo dos últimos anos eventos como exposições, palestras, seminários, oficinas, intervenções urbanas e rodas de conversa.
Serviço:
Exposição Cartografias de Augusta, no SESC Madureira
Curadoria de Eduardo Gonçalves e Leonardo Antan
De 23 de setembro a 10 de dezembro de2023
Abertura: 23/09, sábado, a partir das 13h30min
Sesc Madureira: Rua Ewbank da Câmara, 90, Madureira.
Classificação indicativa: livre
Visitação: de terça a sexta-feira, das 10h às 20h
Entrada franca.
Sesc Madureira: (21) 4020-2101
Instagram: instagram.com/sescmadureira/
Perfis nas redes sociais
https://www.instagram.com/
https://twitter.com/
https://www.facebook.com/
Sinopse
Cartografias de Augusta homenageia o itinerário artístico de Maria Augusta, carnavalesca, artista visual, figurinista, cenógrafa, professora aposentada da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeira (EBA/UFRJ) e intelectual da cultura popular. A partir do seu mapa natal, a exposição cria uma cartografia afetiva que correlaciona aspectos astrológicos com temáticas, métodos e características da obra da homenageada. O seu Sol em Aquário revela a inclinação para os processos de coletividade que tanto marcaram a sua carreira no carnaval; a Lua em Áries na Casa 5 indica a força da infância no seu imaginário e dos motivos lúdicos que embasaram a construção dos seus enredos; o Netuno na Casa 10 demonstra como a intuição e o esoterismo estão presentes na sua vida e nos assuntos abordados em seus desfiles; enquanto a presença de Vênus e Mercúrio na Casa 3 mostra a importância do olhar sobre o cotidiano para a sua comunicação artística.
A exposição é constituída por desenhos inéditos da carnavalesca, selecionados dentre mais de 600 que constituem o seu acervo pessoal. Além dos croquis e projetos alegóricos, fantasias, documentos e registros fotográficos integram a mostra, assim como obras de outros artistas contemporâneos que demonstram como a identidade e as temáticas abordadas por Augusta ainda ressoam nos artistas de carnaval atual. Colocar em diálogo a linguagem carnavalesca com obras do circuito cultural institucionalizado também é um objetivo da exposição, que conta com a participação de nomes de outras linguagens artísticas.
Currículo da artista e curadores
Nascida em 23 de janeiro de 1942, Maria Augusta Rodrigues é carnavalesca, artista visual, pesquisadora da cultura popular e do carnaval, analista de televisão, e professora de Artes aposentada da EBA-UFRJ. Atua há mais de 50 anos no carnaval brasileiro, seja como artista, figurinista, cenógrafa, comentarista e analista da festa. Durante a década de 1970, assinou emblemáticos desfiles nos Acadêmicos do Salgueiro (“Pega no Ganzê”) e União da Ilha do Governador (“Domingo” e “Amanhã”). Atualmente, é jurada do prêmio “Estandarte de Ouro”, promovido pelo Jornal O Globo.
A equipe de curadoria conta com Leonardo Antan, historiador da arte, curador e escritor. Graduado e mestre em História da Arte pela UERJ, onde pesquisou a linguagem artística dos desfiles das escolas de samba. Como curador, realizou exposições na Casa de Estudos Urbanos, Museu da História e da Cultura Afro-brasil, Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica e no Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea. Entre as exposições estão “Uma delirante celebração carnavalesca: o legado de Rosa Magalhães” e “O rei que bordou o mundo: poéticas do carnaval da Acadêmicos da Cubango”.
Além de Leonardo, a curadoria conta também com Edu Gonçalves, carnavalesco e figurinista, que atua há mais de trinta anos na folia brasileira. Possui 32 carnavais assinados em escolas de samba, tais como Paraíso do Tuiuti, Império Serrano, Lins Imperial e Unidos do Jacarezinho.
Atualmente, cursa o Mestrado em Artes na UERJ.
