Em Barcelona, os navios de cruzeiro emitiram quase três vezes mais óxidos de enxofre do que todos os automóveis da cidade. Os limites correspondentes para os automóveis na Europa são 100 vezes mais rigorosos do que os aplicáveis aos navios. Globalmente, a Itália é o país europeu mais poluído por navios de cruzeiro, seguida da Espanha. Embora o Mediterrâneo seja a zona mais poluida pelos navios de cruzeiro, a Noruega ocupa o quarto lugar e tem mesmo o maior tráfego de cruzeiros de todos os países, embora com navios mais pequenos, refere o T&E.
O operador de navios de cruzeiro mais poluente é a “MSC Cruzeiros”. Os seus navios de cruzeiro emitiram quase tanto SOx como todos os veículos de passageiros na Europa em conjunto. No entanto, tendo em conta todas as suas sucursais, o grupo Carnival foi o que mais poluiu o ar.
O gás natural liquefeito não passa de uma farsa
Muitas empresas de cruzeiros, como a MSC, estão a investir no gás fóssil líquefeito (GNL) como uma alternativa supostamente menos prejudicial. Até agora, este ano, mais de 40% dos novos navios de cruzeiro encomendados foram movidos a GNL. Estes navios, dizem, são melhores em termos de poluição atmosférica, mas extremamente prejudiciais do ponto de vista climático, porque há fugas de metano nos seus motores. Trata-se de um gás volátil que contribui 80 vezes mais para o aquecimento global do que o CO2. Como exemplo, a T&E cita o “MS Iona” da companhia de navegação P&O, que num ano emite tanto metano como 10.500 vacas durante o mesmo tempo. Constance Dijkstra resume no relatório: “Mudar do petróleo para o gás é como trocar o tabaco pelo álcool: Pode ajudar a indústria dos cruzeiros a reduzir a poluição atmosférica, mas do ponto de vista climático é terrível”.
Tradução do alemão por Vasco Esteves para a PRESSENZA.