Autor: António Justo (*) em Pegadas do Tempo

 

Estranho não haverem Orçamentos para a Paz iguais aos Orçamentos militares!

 

Países com os maiores gastos militares do mundo em 2022 mencionados nas estatísticas:

  • USA: 877 milhares de milhões de US-$
  • China: 292 milhares de milhões de US-$
  • Rússia: 86,4 milhares de milhões de US-$
  • Índia: 81,4 milhares de milhões de US-$
  • Arábia Saudita: 75 milhares de milhões de US-$
  • Reino Unido: 68,5 milhares de milhões de US-$
  • Alemanha: 55,8 milhares de milhões de US-$
  • e outros em (1).

Os gastos militares globais em 2022 totalizaram cerca de 2,2 biliões (milhões de milhões) de US-$, correspondendo os gastos dos EUA a cerca de 39% do total.

Força das tropas da OTAN por país em 2023:

  • Estados Unidos 1.346.400
  • Turquia 461.500
  • França 207.300
  • Alemanha 192.200
  • Itália 173.900
  • Grã-Bretanha 156.200
  • Polónia 124.000
  • Espanha 117.600
  • Grécia 111.700
  • Roménia 81.300
  • Canadá 76.700
  • Holanda 42.200
  • Finlândia 31.000
  • Portugal 23.000
  • e outros em (2)

O grande negócio com as armas pode ser visto no seu barómetro que são as ações.  A Guerra pôs a ações “de defesa” em alta: No consórcio de armamentos Rheinmetall de Düsseldorf (Alemanha), o preço de uma ação disparou de EUR 96 em 28 de Fevereiro de 2022 para EUR 263 em 10 de Abril de 2023 (3).

Se houvesse tanto empenho económico para a construção da paz como há para os que fazem o seu negócio vivendo de conflitos e de guerras, este mundo seria um paraíso (4). É estranho não haver entre os ministérios governamentais um ministério para a paz tal como há os ministérios da guerra. A especificidade da política é a defesa de interesses!

Matar pessoas ou treinar outras pessoas para matar outras – sob o pretexto de preservar a liberdade – não é um jogo ou um ato patriótico, mas uma recaída na barbárie.

O que nos falta é uma cultura do compromisso e da paz!

 

(1) https://de.statista.com/statistik/daten/studie/157935/umfrage/laender-mit-den-hoechsten-militaerausgaben/

(2) https://de.statista.com/statistik/daten/studie/36914/umfrage/streitkraefte-der-nato/

(3) https://www.dasinvestment.com/verteidigungs-etf-ist-ruestung-ein-gutes-investment/

(4) O negócio na Ucrânia já é antigo porque este país é um paraíso para oligarcas. Os Estados Unidos forneceram “ajuda ao desenvolvimento” para a Ucrânia já na década de 1990, com uma média de quase US$ 200 milhões por ano. Desde a guerra na Ucrânia como sequência da sublevação de Maidan em 2014, a ajuda ao desenvolvimento dos EUA aumentou acentuadamente para uma média de US$ 320 milhões por ano (ver https://www.tagesschau.de/faktenfinder/ukraine-hilfsgelder-trump-faktencheck-101.html). Juntamente com outras nações ocidentais, os militares dos EUA treinaram soldados ucranianos. Muito antes ainda do Maidan, haviam exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e a Ucrânia. A manobra naval “Sea Breeze” é realizada regularmente desde 1997, os exercícios terrestres “Rapid Trident” desde 2011. Em 2018, foi adicionado o exercício da força aérea “Clear Sky”. Em Junho de 2017, o parlamento ucraniano aprovou uma lei que tornava a adesão à OTAN num objetivo estratégico da política externa e de segurança. Desde Fevereiro de 2019, o objetivo estratégico da adesão à OTAN e à UE está na constituição ucraniana. O povo ucraniano continua indeciso se o país se deve tornar membro da OTAN ou não. Em pesquisas recentes, pouco mais de 50% dos ucranianos entrevistados são a favor da adesão à OTAN. No entanto, as pesquisas não se aplicam às partes do país mais ao leste afetadas pela guerra ou à Crimeia. Nessas áreas, a influência russa é mais forte e as pessoas são tradicionalmente mais críticas em relação à OTAN.


(*) António Justo é natural de Arouca/Portugal e formado em Filosofia, Teologia e Ciências da Educação. Exerceu atividades pastorais em Paris e docentes na Alemanha. Reside em Kassel/Alemanha e dedica-se à atividade jornalística.

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