TEATRO

Por Alessandra Costa

 

Com apresentações gratuitas, o espetáculo conta a história do maior compositor de sambas-enredo do Brasil

 

“Silas, por nós, tu não terias ido agora. É doloroso, todo samba chora”. Os versos do compositor Tião Pelado, na música Adeus de Um Poeta, refletem o pensamento e vontade de todos os sambistas naquele 20 de maio de 1972, data em que um dos maiores compositores de sambas-enredos do Brasil faleceu: Silas de Oliveira. Pensando na importância do sambista de Madureira, um dos fundadores da Escola de Samba Império Serrano, que a ATAU Produtora Cultural e KarmaCírculus Cia de Teatro resolveram produzir o espetáculo teatral inédito, de contação musical sobre a vida do poeta, compositor, sambista, Silas de Oliveira: “SILAS DE OLIVEIRA: VOZ, POESIA, TAMBOR”.

O espetáculo é totalmente gratuito e estará em cartaz a partir do dia 25 de junho, na Arena Abelardo Barbosa – “Chacrinha”, em Pedra de Guaratiba. Além disso, a obra também será apresentada na Arena Fernando Torres, em Madureira; Teatro Gonzaguinha, Praça XI, onde o samba nasceu; e na Lona Cultural Carlos Zérifo – Anchieta.

Com produção executiva de Tauana Faria, dramaturgia e direção teatral de Átila Bee, o espetáculo levará aos palcos, atores e músicos do subúrbio carioca em uma boa roda de samba, regada a bate papo, que levarão o grande público a embarcar numa viagem pelas páginas da vida e obra de Silas de Oliveira e consequentemente na história cultural de Madureira. “Nosso objetivo principal é promover o resgate histórico e homenagear a vida e obra de Silas de Oliveira, mas também gerar entretenimento para os moradores desses territórios que vão receber o espetáculo gratuitamente”, afirma Átila Bee.

Átila explica ainda que todo o percurso de investigação, pesquisa histórica e criação, serão filmados e disponibilizados nas redes sociais de todos os artistas envolvidos e nas redes sociais criadas exclusivamente para o espetáculo. “O intuito é revelar os caminhos abordados na pesquisa, como proposta de que esta seja aberta a todxs e como uma ativação e estímulo para que nosso público, diverso entre territórios e carentes de representatividade, possam acompanhar, trocar e se sentir parte”, completa.

Para Maurício Maia, trazer à tona nomes como o de Silas de Oliveira é levar aos palcos, a história de vida e de uma obra musical de excelência, nascida e alimentada no subúrbio carioca. “Um homem negro, pai de família. Silas é um nome ainda pouco conhecido e celebrado por grande parte da população brasileira. Assim como muitos dos heróis pretos da história desse país, invisibilizado pelo racismo estrutural, que continua se esforçando para manter grandes personalidades como Silas, restritos a uma nota de rodapé”, analisa.

Nascido em 4 de outubro de 1916, Silas de Oliveira frequentava as rodas de samba desde menino e, quando jovem, deu aulas de Português. Nessa época também fez amizade com o jornaleiro Mano Décio da Viola, que se tornaria seu maior parceiro. Pelas mãos dele, Silas subiu os morros cariocas atrás de rodas de samba. “Falar desta história é ir muito além de quem foi Silas de Oliveira. É falar da incrível construção do samba carioca e da grandiosa Império Serrano, de figuras parceiras e importantes na história de Silas e saudar o antigo subúrbio do Rio até a chegada dos tempos atuais”, acrescenta.

Átila Bee ressalta ainda que o espetáculo é produzido e encenado majoritariamente por profissionais negros que buscam um trabalho de resgate histórico, com excelência na execução, trazendo o samba e o cenário cultural carioca para o centro do debate, contribuindo para a continuidade das atividades destes artistas.”É, de certo modo, dar fôlego para a sobrevivência do teatro e, neste caso, da obra de Silas de Oliveira. Para isso, pensamos juntxs em novas estratégias de produção, formação, relação com o público, buscando descentralizar nossas atividades dos locais mais privilegiados em termos de acesso à cultura, criando meios para circulação dos nossos trabalhos pelo Rio de Janeiro”, reflete.

“O espetáculo é justamente o resgate histórico, a homenagem que contribui para que este importante personagem esteja sob a luz que lhe é de direito, para que sua arte continue sendo propagada”, finaliza.

SERVIÇO: 

Espetáculo: SILAS DE OLIVEIRA: VOZ, POESIA, TAMBOR

25 de junho – Estreia na Arena Carioca Abelardo Barbosa “Chacrinha” – R. Sd. Elizeu Hipólito, s/n – Pedra de Guaratiba, Rio de Janeiro

01 de julho – Lona Cultural Carlos Zéfiro – Estr. Mal Alencastro, s/n, Anchieta, Rio de Janeiro

02 de julho – Arena Fernando Torres – R. Bernardino de Andrade, 200 – Madureira, Rio de Janeiro

23 de julho – Teatro Gonzaguinha Praça XI – R. Benedito Hipólito, 125 – Centro, Rio de Janeiro.

EVENTO GRATUITO

FICHA TÉCNICA

Realização: ATAU Produtora Cultural e KarmaCírculus Cia de Teatro

Produção Executiva: Tauana Faria

Concepção, dramaturgia e direção: Átila Bee

Pesquisa: Átila Bee e Família Oliveira

Interlocução artística: Tatiana Henrique

Intérprete, cavaquinista e produtor musical: Maurício Maia

Musicistas-percussionistas: Art e Drika Rodrigues

Desenho de luz: Jon Thomaz

Cenografia: Átila Bee e Jon Thomaz

Marceneiro: Sílvio Nascimento

Técnico de som: Dani Xis

Assistente de produção: Joilson São Pedro

Designer Gráfico: Tarso Gentil

Intérprete de libras: Cláudia Chelque

Assessoria de imprensa: Alessandra Costa

Redes sociais: @atauprodutoracultural, @karmacirculusteatro,  @silasdeoliveirateatro, www.youtube.com/karmacirculusteatroatauprodutoracultural@gmail.com