MÚSICA
Por Renan Simões
Em 1972, Lô Borges nos apresentou uma grande quantidade de canções bastante originais, tanto em seu álbum de estreia quanto no lendário Clube da esquina. Após isso, o artista aguardou sete anos para lançar seu segundo trabalho, A Via-Láctea (1979), que contou com os músicos Paulinho Carvalho, Telo Borges, Fernando Oly, Hely, Robertinho Silva, Toninho Horta, Wagner Tiso, entre outros.
A atrativa Sempre viva (de Lô e Márcio Borges), é um ótimo cartão de visitas, e nos conduz à espetacular Ela (também de Lô e Márcio), uma canção de amor surreal e espacial. Estes atributos são mantidos na suntuosa faixa título (de Lô e Ronaldo Bastos), com orquestração e regência de Toninho Horta. A nova releitura de Clube da esquina nº 2 (Lô, Milton Nascimento e Márcio) é extremamente relevante, e traz uma perspectiva de maior introspecção do tema, com emocionante participação de Solange Borges. A sóbria Olho nu (Lô e Márcio) traz, ao seu final, uma vinheta instrumental muito interessante.
Equatorial, por sua vez, é uma faixa amena, a qual se seguem os dois maiores destaques do registro: Vento de maio (Telo Borges e Márcio), um dos momentos mais miraculosos do artista, e que conta mais uma vez com a participação mágica de Solange Borges; e a bela Chuva na montanha (Fernando Oly). É sempre impactante ouvirmos a regravação jazzística-forrozeira de Tudo que você podia ser (de Lô e Márcio); mas é uma pena que a penúltima faixa seja ruim, e que a última não corresponda às expectativas de conclusão para um álbum como este.
Lô Borges, A Via-Láctea, o Clube da Esquina em alto nível! Ouça, desfrute, reflita, repasse: