Os professores que comemoram o festival anual Flores de Mayo nas Filipinas pedem aumentos significativos nos salários para compensar o aumento da inflação.

Em 1º de maio, 500 professores e educadores de escolas e universidades públicas e privadas se reuniram para um protesto pelo Dia do Trabalho com um tema inspirado em um festival popular nas Filipinas, chamado “Flores de Mayo” (Flores de Maio). As Filipinas comemoram o Flores de Mayo, também chamado de Flores de Maria, que é uma festa de um mês que homenageia a Virgem Maria todos os anos em maio. Essa tradição foi introduzida pelos espanhóis e agora se tornou parte dos costumes filipinos associados à juventude, ao amor e ao romance. A principal atividade durante essa celebração é o “Santacruzan” (Santa Cruz), um desfile que apresenta moças imaculadamente vestidas, escoltadas por jovens cavalheiros carregando arcos de flores.

Os professores participantes desenvolveram seus próprios pseudônimos, como “Reyna Poorita” (rainha pobre), “Reyna Haggarda” (rainha abatida), “Reyna Walang Pahinga” (rainha sem descanso), etc., que ilustram o status de mal pago, sobrecarregado e com pouco apoio dos professores nas Filipinas.

O protesto foi batizado de “Protesta De Mayo” (Protesto de Maio) devido às exigências dos professores por aumento salarial, concessão de benefícios adequados, implementação de reformas educacionais e respeito aos direitos sindicais. De acordo com Vladimir Quetua, presidente da Alliance for Concerned Teachers (Aliança dos Professores Preocupados), ou ACT, “o governo deveria aumentar o salário dos professores e trabalhadores devido ao aumento da inflação que já dura 10 meses, mas as autoridades ainda estão caladas em relação às suas reivindicações, apesar de vários protestos”.

Quetua também acrescentou: “Nossos professores não podem mais suportar as condições sub-humanas de trabalho em nossas escolas, onde somos forçados a lecionar em salas de aula apertadas e quentes, obrigados a assumir funções não docentes, recebendo salários abaixo do nível de vida e ainda obrigados a gastar com as necessidades da sala de aula”.

De acordo com Cecile, professora de escola pública há 18 anos que participou do desfile, “Nós, professores de escola pública, acabamos pagando por reparos na sala de aula, materiais escolares e, às vezes, até mesmo o almoço dos alunos, porque eles não têm condições de comprar sua própria comida”.

“Eu recebo apenas 5.900 pesos (105 dólares) todo dia 15 e 30 do mês, e isso não é suficiente para cobrir todas as nossas despesas mensais, de modo que muitos professores como nós ficam enterrados em dívidas”. Ela acrescentou.

O “Protesta De Mayo” também se estendeu a outras províncias e escolas participantes em apoio à demanda coletiva por aumentos salariais.

“Este ano de 2023 não será um esforço inútil; lutaremos vigorosamente pelo aumento dos salários dos professores e não aceitaremos se não houver nenhuma lei aprovada sobre o aumento salarial no decorrer do ano”. Concluiu Quetua.


Traduzido do inglês por Victor Hugo Cavalcanti Alves