Poema nº 2 do Dia da Terra
Antes que o velho varredor de ruas chegue
dou uma olhada demorada
para as folhas agora marrom-queimadas
crocantes e enroladas
em seu novo leito de concreto
em sua casa original
ainda de pé diante do céu claro.
Eu vejo o que elas eram
antes que o vento impetuoso
as arrancasse dos galhos das árvores
a coroa vibrante do verão
cobrindo o solo ressecado.
Ouço também os ecos de seus ruídos
misturando-se aos gorjeios dos pássaros
uma serenata para bons sonhos.
É triste, mas eu sei
o varredor de rua as recolherá
as colocará em sacos e, com a terra sacudida
cultivará novas raízes e árvores.
E assim não é o fim
assim como o cabo da vassoura passa de mão em mão
da mesma forma eu serei
uma entre as pilhas de folhas caídas
com outro lugar para ir
para outra estação
onde nenhum outro me seguirá.
Traduzido do inglês por Victor Hugo Cavalcanti Alves