Nos próximos dias 28, 29 e 30 de abril, vai realizar-se o 9º Simpósio Internacional do Centro Mundial de Estudos Humanistas (CMEH). Desde que se iniciaram os simpósios internacionais do CMEH já passaram 15 anos e o esforço organizativo de voluntários e voluntárias ao redor do mundo para torná-lo realidade tem-se multiplicado em cada nova edição do mesmo.
Graças ao resultado deste trabalho conjunto neste Simpósio conta-se com o apoio da Universidade Nacional Autónoma do México e da Universidade de Granada (Espanha) e durante estes três dias serão desenvolvidas mais de cem atividades entre colóquios, conferências, oficinas e mesas redondas, através da plataforma Zoom e com um local com sessões presenciais na Europa, no Parque de Estudo e Reflexão Attigliano, em Itália.
É inspirador ser parte deste voluntariado a partir do qual se gera a organização do Simpósio, e ver como se vai definindo o enquadramento e o título, os eixos temáticos – a partir dos quais se refletirá sobre o tema central do Simpósio -, entre outros temas organizativos. Em cada um destes passos respira-se liberdade de ação de cada voluntário ou voluntária que coloca as suas qualidades e aptidões ao serviço do conjunto. Por outro lado, neste processo, os Centros de Estudos de cada parte do mundo preparam-se para contribuir para a reflexão pessoal e/ou conjunta sobre os temas que se abordarão no Simpósio, mediante a preparação de conferências ou atividades como mesas redondas, colóquios e/ou oficinas, ou convidando pares da academia ou ativistas afins com esta direção humanizadora.
É uma festa de ação conjunta, um quebra-cabeças que se vai armando e no qual vão confluindo diferentes vontades e intenções motivadas pela imagem de pôr à disposição do conjunto uma nova versão do ponto de vista do humanismo universalista sobre estes temas tão cruciais.
Neste processo foi-se configurando um belo mosaico que se concretizou num nutrido programa que hoje temos para oferecer àqueles que participem neste 9º Simpósio Internacional, um âmbito de pares entre aqueles que vêm refletindo e atuando no meio para procurar saídas para a crise civilizacional que hoje enfrentamos.
A partir dos diferentes eixos temáticos que o Simpósio abriu, nomeadamente Saúde, Educação, Economia e Sociedade, Ecologia Social, Não-violência, Desarmamento, Questões de Género e Feminismos, Povos Indígenas e Movimentos de Descolonização, Direitos Humanos, Consciência e Mundo, Espiritualidade e Transcendência, e A Comunicação no Século XXI, refletir-se-á e propor-se-á explorar as possibilidades de saída.
Contaremos com oradores centrais nas diferentes áreas temáticas, tais como:
No primeiro dia, Marcela Latorre Robles, chilena, mestre em Educação, atriz, pedagoga teatral, jornalista, escritora e narradora oral, que dissertará sobre o “O clube das letras”, um método lúdico-narrativo para o ensino da leitura e escrita, baseado na metodologia da coerência; Oleg Yasinsky, jornalista ucraniano-chileno, colaborador de meios de comunicação independentes latino-americanos, como Pressenza.com, produtor de documentários políticos e tradutor, que dará uma conferência sobre “Os meios de comunicação para os nossos tempos, um olhar a partir da Rússia”; e Ale de la Puente, artista, escritora e curadora mexicana, que exporá sobre “A experiência de ir para além da ciência a partir da perspetiva da arte”.
No segundo dia, José Ángel Ruiz Jiménez, do Instituto Universitário da Paz e dos Conflitos da Universidade de Granada, que nos falará de “A crescente simplificação da não-violência política. Da Jugoslávia à Catalunha”; Florbela Malaquias, advogada angolana, Presidente do Partido Humanista de Angola, que falará sobre “Género e Feminismos em Angola”; e Allan Astorga Catgens, geólogo costa-riquenho especialista em metodologias de ordenamento do território, colaborador da NASA, que dará uma conferência sobre “Restauração do equilíbrio na ecoesfera”.
E no terceiro dia, o médico Erik Benito, oncologista, professor e especialista em Cuidados Paliativos e membro honorário da Sociedade Espanhola de Cuidados Paliativos, que dissertará sobre os “Ensinamentos do processo de morrer”; Elisa Sampaio, juíza, e Luís Guerra, Juiz, membro do Centro Mundial de Estudos Humanistas e Presidente do Observatório dos Direitos Humanos, ambos de Portugal, que exporão sobre “Direitos Humanos e Prática Judiciária”; e finalmente Ela Urriola, escritora, pintora, professora de Filosofia, Bioética e Estética na Universidade do Panamá, que dará uma conferência sobre “Os gestos da humanidade: rumo a uma ética do cuidado”.
Por que razão este 9º Simpósio convoca a refletir sobre a crise e a sua superação a partir do olhar de ir para além ou ultrapassar as fronteiras do pensar?
Para aqueles que organizamos o 9º Simpósio, a crise civilizacional manifesta-se em distintos níveis e em todos os âmbitos da ação, do pensamento e da experiência humana. Também coincidimos em que esta crise parece «superar» crises anteriores, pois acrescenta à possibilidade de uma guerra nuclear, a ameaça – não menos grave – das alterações climáticas que podem perturbar seriamente as condições de vida no planeta para a espécie humana.
Constatamos que, a partir dos diferentes ramos da atividade humana, o que se tem feito até agora para superar a crise mostrou-se ineficaz ou insuficiente, pelo que será necessário, então, encontrar novas possibilidades, daí que a pergunta que convoca este simpósio seja: como superar a crise civilizacional? Para onde seguir? É com esta intenção que se abre este âmbito de encontro e de reflexão, considerando que estamos face a um ponto de inflexão num mundo globalizado e interligado.
Como encontrar saídas criativas para esta encruzilhada civilizacional? Esse é o desafio que propõe este 9º Simpósio e é o sentido da convocatória e do convite respetivos.
Se ainda não se tiver inscrito, pode fazê-lo na seguinte hiperligação:
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