OPINIÃO
Por Flávio Ferreira
Não me recordo o ano, mas me lembro que quando ouvi sobre globalização, meus olhos brilharam! Bobo, eu fui!
A ideia de ter produtos importados ao meu alcance, era muito sedutora, nem imaginava o preço que teria esse sonho.
Hoje, 22 de dezembro de 2022, vejo que fui precipitado, mas não pelos meus desejos, mas sim pelas necessidades de quem comanda o jogo.
Esses “comandantes” criaram necessidades para todos e essas precisam ser saciadas, mas qual o custo? Para que eu me locomova de carro, alguém vai precisar andar a pé? Sim! Essa é a regra do jogo, muito pouco pode ser feito, para mudarmos essa regra.
Thomas Sowell, disse algo parecido: “ a miséria gera votos”…então por que devemos acabar com ela?
Particularmente, entendo que devamos dar condições igualitárias para todos, aqueles que desejarem e forem mais capazes, irão ocupar lugares diferentes na sociedade, isso vai de cada indivíduo, não cabe ao Estado determinar qual a colocação, o cidadão deve ocupar.
Mas sim dar condições iguais para o desenvolvimento de todos.
É preciso que vejamos o mal por trás da globalização, nos moldes em que se encontra e são muitos, a busca pelo consumo desenfreado, causa danos ao indivíduo, como cita a psicóloga Ilana Regina Ribeiro.
“A sociedade de consumo, relação entre o comportamento consumista e o capitalismo tem alterado o comportamento humano, influenciando diretamente na formação do indivíduo.
Hoje o homem tem dificuldade de reconhecer e diferenciar suas reais necessidades das suas necessidades de consumir.
Essa busca desenfreada pelo TER afastou o ser humano do SER e trouxe consequências graves para o indivíduo, principalmente no aparecimento de doenças como Ansiedade e Depressão e junto com isso veio à busca maior por medicamentos controlados.
A sociedade hoje busca o reconhecimento, aceitação pelo TER, provocando danos emocionais, físicos e financeiros.
Frear essa busca desenfreada é o grande desafio da nossa formação, da nossa liberdade.
Enquanto o indivíduo valorizar o Ter e se afastar do Ser continuaremos com uma sociedade adoecida, prisioneira do capitalismo, onde as necessidades de consumir afastam cada dia mais do autoconhecimento, de autodescobertas e realizações pessoais, deixando um enorme vazio ser preenchido pelo consumo desenfreado. “
Uma questão é muito forte, nesse sistema de globalização, como lutar contra a indústria do marketing, que tanto nos domina?
A globalização pode ser benéfica, depende do que realmente buscamos, precisamos estar atentos e vigilantes, sermos mais cooperativos.
Acredito que o mais importante é o valor do ser e nunca o do ter, isso precisa ser passado para todas as gerações e a mais fácil de iniciarmos, são as crianças, através dos educadores. Mudando essa geração, atingimos as gerações mais maduras e conseguiremos mudar o foco da “antiga globalização”, iniciando assim um novo modelo.