ARTES VISUAIS
Por CWeA Comunicação
Convite conversa entre a curadora e consultora de arte Evangelina Seiler com a artista Rosana Palazyan sobre seu trabalho em torno da exposição “Klangfarbenmelodie: melodia de timbres”, na Anita Schwartz Galeria de Arte
Anita Schwartz Galeria de Arte realiza no próximo dia 10 de novembro, às 19h, a conversa entre a curadora e consultora de arte Evangelina Seiler com a artista Rosana Palazyan sobre seu trabalho em torno da exposição “Klangfarbenmelodie: melodia de timbres”, que foi prorrogada até o dia 19 de novembro de 2022.
Em 2006, Rosana Palazyan (1963, Rio de Janeiro) começou sua pesquisa em relacionar a terminologia usada em manuais de agronomia que tratam de estudos sobre plantas daninhas aos argumentos utilizados para caracterizar seres humanos que sofrem exclusão social, racismo, preconceitos diversos, genocídio, entre outros tipos de violência. “Esta violência é inflada por palavras e rótulos análogos aos usados em textos de agronomia: ‘são indesejadas e precisam ser destruídas’; ‘são vistas como inimigas a serem controladas’; ‘poderia crescer em seu lugar algo de uma beleza mais exuberante’. Qualquer um de nós pode ser considerado ‘daninha’ em algum momento ou inserido em algum contexto”, destaca a artista.
Evangelina Seiler, acompanhava a produção de Rosana Palazyan, e quando foi diretora da Casa França-Brasil a convidou em 2010 para ocupar o local com a exposição “O Jardim das Daninhas”. Em 2015, um trabalho derivado desta pesquisa foi exposto na 56ª Bienal Internacional de Arte de Veneza, no Pavilhão Nacional da República da Armênia, vencedor do Leão de Ouro de melhor representação nacional. Inserida no jardim do Mosteiro Mekitarista, na Ilha San LazzarodegliArmeni, em Veneza. Durante a Bienal, o jardim original, planejado e limpo, abriu espaço ao crescimento das plantas daninhas, que conviveram com as plantas ornamentais já existentes.
Na exposição “Klangfarbenmelodie: melodia de timbres”, na Anita Schwartz, estão de Rosana Palazyan quatro obras, duas delas inéditas, das séries “Por que daninhas?” e “Minha coleção de Sementes Daninhas”. Esta última foi iniciada em 2006, Rosana Palazyan passou a coletar, nas ruas do Rio de Janeiro, e em outras cidades e países, plantas consideradas daninhas. Ela passou a cultivá-las no estúdio, usando-as de várias maneiras em seus trabalhos. As plantas floresceram, “algumas pequenas e delicadas, outras se transformaram em arbustos”.
As obras expostas são:
1 – “… prejudicam os objetivos econômicos do homem e devem ser exterminadas…” (2006/2022), da série “Por que Daninhas?” – Bordado com linha e fios de cabelo sobre tecido; planta, 30 cm x 24 cm. Obra inédita.
2 – “Talinumfruticosum homo” (2006/2022), da série “Minha coleção de Sementes Daninhas” – Bordado com linha e fios de cabelo sobre voal, sementes da planta Talinumfruticosum L., 28 cm x 13 cm x 5,0 cm. A obra é inédita.
3 – “Daninha? Qual é seu nome?” (2006/2012), desenho sobre papel
Os desenhos surgiram como forma de não esquecimento, em que imagens de plantas e pessoas são parte do mesmo organismo, e os nomes nas raízes fazem refletir sobre racismo, misoginia, e outros preconceitos. Alguns dos nomes são populares e outros científicos: Bunda-de-Mulata; Maria-sem-vergonha; Cabeça-de-Negro; Maria-Preta; Malícia-de-Mulher; Mimosa Pudica; Maria-Gorda; Cuspe-de-Caipira.
4 – “O Jardim das Daninhas” (2010) – 10’, vídeo com o registro de “O Jardim das Daninhas” (2010), na Casa França-Brasil, Rio de Janeiro.
A conversa entre Rosana Palazyan e Evangelina Seiler faz parte da série de encontros gratuitos realizados pela galeria, sempre às quintas-feiras, às 19h, com conversas, performances e filmes de artistas em torno da exposição “Klangfarbenmelodie: melodia de timbres”.