MÚSICA
Por Renan Simões
Luiz Carlos Sá, Zé Rodrix e Guttemberg Guarabyra uniram suas forças para formar o magnânimo trio Sá, Rodrix e Guarabyra, arautos do rock rural. Sua estreia, Passado presente futuro, de 1972, é o melhor trabalho do grupo. A direção artística é de Milton Miranda; a direção musical e orquestração, de Lindolpho Gaya, que, segundo texto da contracapa, “fez milagres com as orquestrações de José Rodrix”. Os arranjos de base ficaram por conta do grupo, que também assinam as composições, individualmente, em dupla ou em trio.
A horrível Zepelim é um péssimo cartão de visitas; Ama a teu vizinho como a ti mesmo, com toda a sua imponência, poderia ser uma abertura muito adequada para o registro. Daí em diante, somos gentilmente conduzidos ao ambiente sonoro cuidadosamente construído pelos artistas. A orquestral Juriti butterfly é uma amálgama meticulosa de gêneros musicais; a cantarolável Me faça um favor contrasta com a declaração aparentemente monológica de Boa noite.
O rock bem sucedido de Hoje ainda é dia de rock antecede um dos maiores feitos do trio: Primeira canção da estrada – que tem uma continuidade igualmente perfeita no álbum Nunca (1974), quando o trio já tinha se transformado na dupla Sá & Guarabyra. O interesse do ouvinte é mantido em Cumpadre meu, Crianças perdidas e Azular. Após o único momento mais-ou-menos em Ouvir contar, temos um breve e relevante respiro final com Cigarro de palha.
Sá, Rodrix e Guarabyra, Passado Presente Futuro, modernas canções rurais que nutrem o espírito! Ouça, desfrute, reflita, repasse: