Por Inara da Silva Santos*
Nos dias 24 a 26 deste mês, o KÀWÉ – Núcleo de Estudos Afro-Baianos Regionais da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) reunirá pesquisadores, estudantes e profissionais para discutir sobre Escrevivências, termo que remete às escritas originadas das vivências/experiências de pessoas pretas e periféricas. O evento contará com mesas redondas que discutirão sobre a temática, bem como oficinas que oportunizarão a troca de experiências, e, sobretudo, o conhecimento sobre a realidade desses segmentos.
O termo escrevivências foi cunhado pela linguista e escritora Conceição Evaristo, em referência às periferias, popularmente conhecidas como “quebradas”, designação comum usada para os bairros periféricos. Assim, escrevivências visa evidenciar as expressões artístico-culturais que permeiam o cotidiano dos afro-descendentes nestas comunidades.
Desse modo, o Colóquio organizado pelo KÀWÉ/UESC oportunizará a troca de experiências a partir da discussão sobre escrevivências no espaço das periferias do Sul da Bahia, para compreender o cotidiano, as condições de vida, as formas de expressão artístico-culturais que confirmam a presença do legado de matriz africana na formação histórica e social de nosso território de abrangência.
A abertura oficial acontecerá às 9 da manhã na proxima segunda-feira, 24, no auditório Jorge Amado, com a palestra “Escrevivências da periferia para a Universidade”, ministrada pela Professora Dra. Bárbara Carine (UFBA). Logo após, às 14h, acontecerão várias oficinas: de “Trança”, com a estudante de Biologia/UESC Gabriele Pereira dos Santos; de “Audiovisual nas periferias”, ministrada pelo estudante de Comunicação/UESC e integrante do coletivo Ponto de Fuga, Thassio Vinicius Oliveira Ramos; de “Ilustração”, cujo ministrante será também estudante de Comunicação/UESC, Jhonas Costa Santos; de “Cadernos artesanais c/ poemas”, ministrada pela estudante de Comunicação Social/UESC Inara da Silva Santos e, por último, a oficina “Rima”, que terá como ministrante Christian Jesus Da Silva, que também integra o coletivo Ponto de Fuga.
A programação segue no dia 25, terça-feira, às 9 da manhã, com a palestra “Um passo para dentro, muito para o mundo: 10 anos de cotas no Brasil”, proferida pelas Professoras doutoras Luzineide Miranda Borges (UESC), Larissa Fontana (Unicamp), Flávia Alessandra de Souza (UESC) e a estudante de Comunicação Social Camila Neves Assunção (UESC). A programação continua à tarde, às 14 horas, com as oficinas iniciadas no dia anterior.
No último dia, 26, quarta-feira, às 9 da manhã mais uma mesa redonda acontecerá, desta vez com o tema “Arte da periferia”, com as participações de Christian Jesus Da Silva, do Coletivo Ponto de Fuga; Vinícius Teófilo, Mestre em Linguagens e Representações – PPGL/UESC; Gilsonei Rodrigues Santos, Mestre Ney, do Bloco Afro Dilazenze; Kaliana Oliveira da Hora, Técnica da Secretaria de Educação do Município de Ilhéus, Mestre em História (UNEB) e idealizadora do Projeto Conta, preta! Conta!.
Vale ressaltar que, durante o Colóquio, acontecerão intervenções artístico-culturais como grafite, música, poesia, literatura, fotografia e audiovisual. A intervenção através do grafite ficará por conta do artista Quinho Fonseca. Além disso, no período da tarde, às 18 horas, o KÀWÉ, juntamente com o Coletivo Ponto de Fuga, realizará uma intervenção artístico-cultural na Praça do Salobrinho, bairro onde se localiza a UESC, apresentando varal de poesia, batalhas de rimas, exposição fotográfica e projeção da Break Dance.
* Inara da Silva Santos é estudante de Comunicação Social da UESC.