ARTES VISUAIS

Por CWeA Comunicação

 

Termina no próximo dia 8 de outubro de 2022 a exposição “Cartas de Afeto”, a primeira individual do artista Pedro Carneiro (1988, Rio de Janeiro), na Galeria Movimento. A mostra reúne 15 pinturas recentes e inéditas com registros de cenas e memórias familiares, dentro de sua investigação artística em que mistura referências da história da arte, da linguagem de HQ, e de sua história pessoal.

Com presença crescente no circuito da artePedro Carneiro participou da exposição “Carolina Maria de Jesus, um Brasil para os brasileiros” (25/9/2021 a 3/4/2022), no Instituto Moreira Salles em São Paulo, e terá trabalhos na 13ª Bienal do Mercosul (15 de setembro a 20 de novembro de 2022), na exposição “Transe”, em Porto Alegre, na mostra “Parada 7 – Arte em Resistência” (a partir de 7 de setembro de 2022, no Centro Cultural Justiça Federal e no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro), além de quatro pinturas no Museu de Arte do Rio, a partir de setembro, expostas na coletiva “Um Defeito de Cor”. Em maio de 2020, foi um dos artistas selecionados pelo edital de artes visuais da série Arte como respiro: múltiplos editais de emergência, do Itaú Cultural. Sua pintura “Cuidado” (2021) integra o acervo do Museu de Arte do Rio. Ainda em setembro, Pedro Carneiro terá quatro pinturas expostas no Arte Pará 2022, que vai ocupar espaços da Casa das Onze Janelas e do Museu de Arte Sacra, em Belém.

Na entrada da Galeria Movimento está a instalação “Carta ao Pai”, em que um texto manuscrito de Pedro Carneiro ao pai, falecido há alguns anos, é o elemento de ligação entre uma pintura feita a partir da fotografia de formatura de seu pai, e a fotografia de formatura do próprio artista. Uma versão inicial e diferente desta obra integrou o festival virtual Respiro, do Itaú Cultural, em 2020, durante a pandemia.

As sete pinturas que formam a série “VOL II – TRACK” (2021/2022) estão na sala à direita da entrada. O trabalho é resultado da residência Pesquisa em Artes 2021, do MAM Rio.

Os demais oito trabalhos, todos de 2022, são da série apelidada de “Rosa”: “Algumas lembranças não devem ser guardadas só em memórias”“Antes da despedida”“O mundo cabe em um instante”, “O olhar de Lisa”“Laços II”“Ekundayo”, e “Estamos entre rainhas e reis”. Este último faz alusão à icônica imagem de Beyoncé e seu marido Jay-Zno clipe de “Apeshit” (2018), filmado no Museu do Louvre. No lugar da MonalisaPedro Carneiro retratou Abdias do Nascimento, e colocou no rosto do casal máscaras do Pantera Negra.

Nas obras, as pessoas retratadas estão em paletas de cinza e preto, contra um fundo rosa. Depois de uma série “Azul”, em que tratou de embates e conflitos sociais, e também imagens de família, Pedro Carneiro conta que começou a experimentar o rosa. “Queria trabalhar o afeto, a possibilidade de cura coletiva pelo carinho, mesmo sem esquecer os traumas sofridos”, diz. “Um olhar para frente, utópico, e para o espaço construído, e o que está em construção. A resistência como um foco de luz, que acende a cena”, comenta Pedro.

 

Pedro Carneiro, na ArtRio, no Ateliê Aberto, do Canal Curta, criando uma pintura