MÚSICA
Por Alessandra Costa
O show que reverencia o invisível e suas conexões defende a integração social no mundo das artes.
Apresentações a preços populares – R$ 5,00 (meia).
O som do invisível é feito com canções autorais e resultado da fusão do trabalho de longa jornada da cantora e compositora Sara Bentes, em reunião de com antiga banda composta por cinco importantes nomes da cena musical. Haverá uma apresentação, com tradução de libras e audiodescrição, em 21/09 – Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência – no Centro da Música Arthur da Távola, na Tijuca. O ressurgimento do grupo deve-se aos shows de lançamento dos dois álbuns de Sara – “Invisível” (2015) e “Tudo o que me faz vibrar” (2018). O projeto conta com o patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do edital Retomada Cultural RJ2.
A ideia é celebrar a trajetória da artista e a heterogeneidade que está presente nas letras, temáticas e histórias contidas no repertório. Pretende-se incentivar a transformação do mercado musical em um campo com maior inserção social e artística, provando a excelência técnica e estética, envolvendo pessoas com deficiência. O padrão habitual ainda hoje é seguir na crença de que estes são menos capazes tanto de produzir arte, como consumi-la. Há uma dificuldade de aceitação em inserir recursos de acessibilidade tão necessários, mas que encontram resistência e preconceito por parte dos realizadores de cultura.
“Esse show, além de celebrar a diversidade e o gigantesco potencial humano, fala de tudo aquilo o que não podemos ver mas sentir. Fala do essencial, dos desejos invisíveis que nos movem, das cores e texturas dos pensamentos e emoções que nos conectam, e tudo mais o que pode ser transformado em música essa linguagem universal maravilhosa e invisível aos olhos, empolga-se Sara Bentes”
O “Som do Invisível” pretende ser também uma referência na valorização da arte profissional entre pessoas e artistas com deficiência, num cenário onde impera a desvalorização e uma tradição de trabalho não remunerado, sempre escorado no “em nome da luta pela inclusão”, que não acontece de fato. O foco do trabalho é acessibilizar o produto audiovisual e protagonizar suas artes, gerando renda e visibilidade a estes profissionais.
O cenário que será todo desenhado através da iluminação cênica tem como proposta traduzir através das luzes tudo que não pode ser visto, porém sentido, levando ao público a ideia de que a vida é muito mais do que se pode ver. “A música da Sara emana a beleza das sensações vividas em várias situações, como sentir o sol da manhã, se arrepiar com sons ou se deliciar com cheiros, coisas que muitas das vezes passam despercebidas. Ouvir suas músicas e poder refletir e sentir essas maravilhas da vida foi essencial para a concepção dessa luz. Busquei expressar as emoções de cada canção com sensações, movimentos e cores – finaliza Felipe Medeiros – iluminador responsável pela concepção cênica do Show.
Nomes por trás do “Som do invisível”
Sara Bentes é uma apaixonada pela arte. Atua, além do canto e composição, na dança, no circo, na dramaturgia como atriz, arranjadora e produtora musical. Na literatura publicou cinco livros nos estilos crônica e romance, e para além de toda essa ebulição de conteúdo e fazer artístico, Sara ainda é artista de voz. Ela foi apresentadora do podcast “Deixa que eu conto”, da Unicef Brasil e narradora dos áudio-guias da 34ª Bienal de Artes de São Paulo. Um vulcão em franca ebulição de cultura e arte que vem provar que não existe limites para sonhos e trabalho!
A direção artística do show fica a cargo do multi-instrumentista Luiz Otávio, que tem uma vasta carreira musical com influências da bossa-nova, jazz, MPB e Pop e teve passagens por populares programas de TV como Domingão do Faustão e pela banda do Adnight. Como músico, domina os instrumentos piano, violão, guitarra, cavaquinho e contrabaixo elétrico, além de ser também produtor musical e arranjador em diversos estilos. O artista tocou ao lado de nomes consagrados no Brasil, João Bosco, Gilberto Gil, Tony Garrido e Marcelo D2. Atualmente integra a banda da Mart’nália no back vocal, piano e cavaquinho.
Serviço
Agenda no Rio
1. Data/ Local: 21/09 – Centro da Música Arthur da Távola
Endereço/ Hora: Rua Conde de Bonfim, 824 – Tijuca./ XXH
Valores: R$ 10,00 (inteira) R$ 5,00 (meia)